Pobres multiplicam salário mínimo
Com aumento de 7,5%, a partir de janeiro, o novo salário mínimo, de R$ 1.518,00, vai contemplar cerca de 59 milhões de brasileiros, registrados em Carteira, informais, MEis, trabalhadores domésticos, beneficiários da Previdência, entre outros. Os dados são do Dieese e constam da sua mais recente Nota Técnica, número 283, deste mês.
Pedro Afonso Gomes é um dos 18 integrantes do Conselho Federal – Cofecon. Ele falou à Agência Sindical. Afora o aumento real de 2,5%, Pedro destaca “o efeito multiplicador do salário mínimo como também de todo e qualquer recurso destinado à camada mais pobre da população”.
Afirma Pedro Afonso: “Cada R$ 1,00 que chega ao bolso do pobre se transforma em R$ 5,00 no final do ciclo, porque esse dinheiro é destinado quase todo ao consumo. Já os recursos que beneficiam os ricos quase sempre acabam em investimentos financeiros e na especulação”.
Moral da história, segundo o economista: “O pobre põe dinheiro no mercado interno e o governo também arrecada mais com a tributação sobre o consumo. Já a taxa de juros, que beneficia os detentores de títulos públicos, tem efeito contrário. Cada 1% de aumento na taxa Selic abre o rombo nas contas públicas, elevando em R$ 65 bilhões as despesas governamentais”.
Dados – Cerca de 90% dos brasileiros ganha até três salários mínimos. Até dois mínimos, são 66%. O aumento real do mínimo decorre de acordo firmado entre as Centrais Sindicais ainda no primeiro governo Lula. Essa política foi desmontada nos governos Temer e Bolsonaro. Com a eleição do Presidente Lula, ela foi retomada em 2023.
Apesar da recente inflação dos alimentos, o estudo do Dieese mostra que o salário mínimo atual compra o equivalente a 1,79 cesta básica. Em janeiro de 2024, comprava 1,74. Portanto, o Piso Nacional ainda se encontra em patamar superior ao do ano passado.
MAIS – Acesse o site do Dieese – www.dieese.org.br – Contatos com o Cofecon – www.cofecon.org.br