Domingo, a manchete da Folha de S. Paulo dava conta do empobrecimento da classe média brasileira. Os números, em síntese, são: oito em 10 famílias perderam renda; a maior parte acusa perdas entre 20% e 50%; enquanto 7% perderam tudo.
A pesquisa é do próprio IBGE. No caso, a Pnad – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua. O estudo aponta que lares com rendimento acima de cinco salários mínimos, ou seja, R$ 5.225,00 (conforme valor do mínimo em 2020), são considerados classe média, média alta e alta. Abaixo desse valor, a família pode estar mais próxima da linha da pobreza.
Economista – A Agência Sindical ouviu Rodolfo Viana, economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Ele diz: “Quando a classe média empobrece significa que tende a ocorrer um empobrecimento geral”. Ele ressalta, no entanto, que os chamados trabalhadores informais são os que perdem primeiro e sofrem as consequências da pobreza.
Segundo o economista, “a classe média é grande consumidora de serviços e esse setor, mais o comércio, foi bastante afetado”. A crise, frisa Rodolfo, “já se arrasta há vários anos e foi agora mais impactada pela continuidade da Covid-19”. Ele lembra que o primeiro semestre de 2020 já havia apresentado queda na economia e na renda.
Hábitos – Com redução de poder aquisitivo e pobreza iminente, parte da classe média transfere os filhos da escola privada para a rede pública e muitas pessoas são obrigadas a cortar os planos de saúde, aumentando a demanda no SUS (Sistema Único de Saúde). “A saída é o Estado agir e investir, como tem feito o presidente Joe Biden, nos Estados Unidos”, observa Rodolfo Viana.
MAIS – Acesse o site do IBGE.