Políticas públicas para enfrentar a crise climática – Por Daniel Gaio

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A Central Única dos Trabalhadores (CUT), enquanto organização sindical brasileira de caráter classista, desde sua fundação está comprometida com a classe trabalhadora e suas condições de vida e trabalho como um todo.  A CUT assiste com preocupação a negligência do poder público com as consequências da crise climática como as secas, enchentes e calor.

Há mais de uma década que a CUT, em diálogo com a Central Sindical Internacional (CSI), e a Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas (CSA), discute a Transição Justa. Trata-se de promover um processo para uma economia de redução das emissões de gases de efeito estufa e, além de reconhecer a evidente crise climática, atuar em compromisso e pressão pela elaboração de políticas que protejam e ofereçam alternativas à classe trabalhadora diante da desertificação, grandes enchentes, poluição e ondas de calor.

As diversas realidades nos impulsionam a elaborar uma demanda de políticas que sejam adequadas a cada local e região, considerando a geografia, clima, processo de urbanização e biodiversidade envolvida. As recentes enchentes no estado do Rio de Janeiro e São Paulo não são uma novidade, assim como o descaso do poder público em garantir prevenção e proteção às pessoas.

É nosso dever salientar que a classe trabalhadora pobre e periférica tem sido mais afetada pela crise climática, seja pela piora das condições de vida, moradia e trabalho, assim como pelo impacto em sua saúde. Nesse sentido, reivindicamos políticas públicas coordenadas entre as esferas federal, estadual e municipal para a adaptação aos eventos extremos e mitigação das mudanças climáticas.

Em 2024 teremos eleições municipais e, devemos estar atentos às propostas de planejamento urbano, direito à cidade e meio ambiente que garantam moradia digna, acesso ao saneamento básico e direto à água, energia e empregos de qualidade. Assim como, políticas de proteção da população para enfrentar os efeitos da crise climática que ocorrem de maneira recorrente e prolongada.

A sociedade civil, acadêmicos e movimento sindical devem ter espaços garantidos de participação e proposição para que a classe trabalhadora tenha seus direitos assegurados.

A CUT Brasil está aliada aos movimentos sociais e demais entidades sindicais reivindicando uma Transição Justa, que nos leve a um modelo de desenvolvimento social e econômico no qual o trabalho e a vida estejam no centro.

Daniel Gaio – Secretário nacional de meio ambiente CUT