Por mais mulheres na engenharia – Murilo Pinheiro

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“Embora tenha havido avanços nos últimos anos, profissão ainda é majoritariamente masculina, no Brasil e no mundo. Dia Internacional das Mulheres Engenheiras (23/6) é oportunidade para se reafirmar a importância de políticas públicas voltadas a ampliar e valorizar fundamental presença feminina e assegurar igualdade de gênero.”

Na próxima sexta-feira (23/6) comemora-se o Dia Internacional das Mulheres Engenheiras. Instituída em 2014 pela Women´s Engineering Society (WES) do Reino Unido com a pretensão de valorizar a presença feminina na profissão, a data é excelente oportunidade para se reafirmar a importância de políticas públicas voltadas a esse objetivo, de se ampliar sua imprescindível participação na engenharia e assegurar igualdade de gênero em todos os campos, no Brasil e no mundo.

Embora tenha havido evolução significativa nos últimos anos, as mulheres ainda constituem apenas cerca de 20% dos profissionais da categoria registrados no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). De um universo de 1.093.689, elas somam 216.613 (dados do último 19 de junho).

Enquanto em alguns países, como Noruega e Letônia, já se alcançou a igualdade no mercado (50% são mulheres), a média mundial ainda está muito aquém do necessário. As engenheiras compreendem somente 16,5% do universo de profissionais, o que revela que esse é um desafio global.

Levou mais de um século após a criação da primeira Escola de Engenharia no Brasil para que a primeira engenheira se formasse no País, no ano de 1917: Edwiges Maria Becker Hom´meil. A primeira engenheira negra, Enedina Alves Marques, se graduou na área somente 28 anos depois, em 1945. Apenas em 2018, depois de 124 anos de sua fundação, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) passou a ter uma mulher como diretora, Liedi Légi Bariani Bernucci.

Ampliar a presença feminina vai além de garantir a fundamental diversidade, equidade e inclusão na área. Para o País, significa não mais prescindir do talento e competência de metade de sua população. É, portanto, parte da luta contra a discriminação, ao encontro do quinto dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) elencados pela Organização das Nações Unidas em sua Agenda 2030: “alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”.

A despeito dos avanços, no ritmo atual, de acordo com dados do Fórum Econômico Mundial, serão necessários 132 anos para se superar a disparidade de gênero observada no globo, em diversos aspectos, como oportunidades profissionais, renda, educação e empoderamento político.

É premente acelerar esse processo, ao que urge o engajamento dos poderes públicos, empresas, universidades, entidades e sociedade rumo a mais mulheres na engenharia. Esse é o caminho para mudança que deve começar ainda na educação básica, na escola e em casa, derrubando o mito de que às meninas estariam reservadas determinadas profissões, e não outras.

Núcleo da Mulher Engenheira do SEESP, lançado em 21 de setembro de 2022, coroando os 88 anos do sindicato, levanta essa bandeira e se soma às reivindicações e celebrações pelo Dia Internacional das Mulheres Engenheiras.

Sob coordenação da diretora da entidade Silvana Guarnieri, sua missão é lutar, defender, representar, apoiar e proporcionar orientação às engenheiras, com o objetivo de fortalecê-las e empoderá-las para serem protagonistas no trabalho e na sociedade. Casos de sucesso nessa direção serão apresentados no próximo dia 28 de junho, na sede do SEESP, na Capital, a partir das 13h, durante o Workshop “Diversidade, Equidade e Inclusão (D.E.I) na Engenharia. Seguramente passos cruciais na busca por um Brasil mais justo, igualitário e melhor para todos.

Eng. Murilo Pinheiro – Presidente da Federação Nacional dos Engenheiros e do Sindicato paulista.

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