Os alimentos têm ficado mais baratos na prateleira dos brasileiros. Mas poucos itens verão esse efeito de preço tão fortemente neste ano quanto a carne.
Até o fim de 2023, o preço da carne vendida ao consumidor na ponta deve despencar, segundo as projeções. O movimento é um efeito direto da queda no preço do boi gordo no exterior, que deve ser parcialmente repassado ao mercado interno.
Nova projeção da equipe da corretora Ativa Investimentos estima que as carnes devem chegar a dezembro de 2023 com queda de 11,4% no preço medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal índice inflacionário.
No relatório anterior, a estimativa era de queda muito menor, de 4,4%. “A demanda está um pouco mais fraca por conta do crescimento global e, além disso, alguns grãos recuaram fortemente. Isso vem encomendando uma trajetória de queda para o boi gordo”, explica Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa.
Ele afirma que o movimento de queda no preço do produtor tem se tornado mais perene, e não apenas um cenário esporádico. “Esse cenário aumenta o potencial repasse para o consumidor final”, explica.
O preço da saca de milho também caiu quase 38%, e da soja, em torno de 30% no mesmo período, como o Metrópoles mostrou. O preço dos grãos, usados para alimentar os animais, está diretamente relacionado aos custos das proteínas.
Para o consumidor na ponta, outras proteínas também devem acompanhar a queda da carne bovina, mas em menor grau, como o frango inteiro (projeção de queda de 0,6% no IPCA em 2023) e o frango em pedaços (-5%).
Se confirmada, a projeção para a carne deve gerar um ajuste após anos de altas. As carnes haviam subido quase 8,5% em 2021 e 1,8% em 2022 no IPCA, diante da cotação elevada do boi e dos grãos. Agora, até o fim deste ano, as carnes devem registrar queda de preço em todos os meses.
Com agências de informações.




