O problema da inflação é muito grave, afetando principalmente a população mais pobre. A pesquisa da cesta básica referente a abril mostrou que a cesta (com 13 itens) subiu nas 17 Capitais pesquisadas. Em São Paulo, a cesta do Dieese chegou a R$ 803,99.
O custo de vida está alto, mas se mostrasse tendência de queda já dava uma esperança. Não é o que ocorre. Veja, por exemplo, que ontem, terça (10), o governo aumentou em quase 9% o preço do óleo diesel, o que dá mais 40 centavos por litro.
O Brasil é um País continental, com poucas ferrovias. O transporte de bens e alimentos depende de caminhões. E eles são movidos a diesel. O aumento nos combustíveis eleva as despesas com transporte e também agrava o custo de vida, porque o preço final do produto transportado sobe de preço.
Como notícia ruim vem em onda, quero registrar aqui a manchete do jornal o Globo, de segunda, dia 9. Diz: “Salário mínimo perde valor pela primeira vez em 28 anos”. Segue o jornal: “Bolsonaro será o primeiro presidente desde o Plano Real a encerrar seu mandato com um salário mínimo que vale menos do que quando ele assumiu o cargo”.
Dias atrás, o IBGE publicou dados sobre a renda do brasileiro pobre. Dois dados são chocantes: 33,8 milhões de brasileiros ganham até um salário mínimo; desses, 9,6 milhões ganham até meio mínimo – meio mínimo dá R$ 606,00. Evidente que pessoa com essa renda passa fome.
O aumento da carestia impõe também um desafio aos Sindicatos, que é buscar aumento na renda dos trabalhadores ou impedir um arrocho drástico. Isso fica difícil, devido a imposições legais e à reforma trabalhista.
Veja: Não existe mais lei que garante reposição da inflação nas datas-bases (“dissídio”). Portanto, toda negociação começa do zero. Na nossa última campanha, conseguimos 11,08% de reposição pelo INPC e mais abonos de 26%. Não é preciso ser economista pra saber que a inflação até abril já comeu parte dos ganhos.
Na base, procuramos compensar parcialmente essa situação por acordos de PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados). Partimos sempre da ideia de conquistar no mínimo a reposição da inflação, mas sempre trabalhamos por algum ganho real.
Quero me dirigir aos leitores da classe média, alertando que o custo de vida alto não atinge só os pobres. Aumentos na gasolina, conta de luz, mensalidade escolar, no plano de saúde, IPVA e outros também sacrificam a classe média. Isso arrocha os orçamentos, desacelera as compras e esfria o mercado interno. Menos negócios, menos empregos.
Em Guarulhos, estamos tentando pôr de pé o Movimento Sindical e Popular contra a Carestia.
Temos mobilizado trabalhadores da ativa, donas de casa e aposentados. Mas o apoio da classe média em muito ajudaria nosso movimento.
Não temos orientação partidária ou ideológica: nosso movimento é cívico.
Temos muitas tarefas pela frente. Mas combater a carestia é a principal, hoje.
Participe.
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