O avanço da proposta de privatização da Sabesp traz preocupações sobre redução de empregos, queda de qualidade dos serviços e aumento de tarifas. Depois de ser aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo, na quinta, dia 2, passou também pela Câmara dos Vereadores.
Movimentos sociais, sindicatos e entidades da sociedade civil se mobilizam contra a medida. Além de protestos, ingressaram na Justiça.
A Agência Sindical conversou sobre os riscos envolvendo a privatização da empresa com Rene Vicente dos Santos, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Abastecimento de Água e Esgoto do Estado de São Paulo (Sintaema).
Precarização – O sindicalista aponta a redução do quadro de funcionários como fator que trará consequências sérias, com perda de mão de obra qualificada.
Ele alerta que a empresa vencedora da licitação buscará reduzir custos, com demissões e terceirização em massa. O dirigente afirma: “Já assistimos isso nas estatais que privatizaram, com avanço do desemprego e precarização, a terceirização de serviços”.
Demissões – Segundo o sindicalista, esse é um movimento que já ocorre na Sabesp, mas de forma lenta. Dos anos 80 até agora o número de funcionários caiu pela metade, de cerca de 22 mil para 11 mil.
Com planos de demissão incentivados, as vagas foram sendo reduzidas. Com a privatização a tendência é acelerar o processo. “Eles substituem a mão de obra qualificada, com salário acima da média de mercado, por terceirizados, com alta rotatividade e sem o compromisso de um trabalhador próprio”, detalha o sindicalista.
Tarifas – Outro risco é elevação das tarifas de água e esgoto, pressionado pela busca por lucro. A lógica do mercado, priorizando resultados financeiros, pode levar a preços inacessíveis especialmente para as famílias mais vulneráveis em um serviço essencial.
O diretor da Sintaema explica: “É uma combinação que mais uma vez o consumidor vai ser prejudicado, com queda na qualidade e preços mais altos”.
MAIS – Site do Sintaema.