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sábado, 15/11/2025

Centrais dizem a Paulinho: “Sem anistia!”

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Terça (30), seis Centrais Sindicais reuniram-se em Brasília com o relator do Projeto de Anistia, bancado pela direita e extrema direita bolsonaristas. As Centrais deixaram clara a posição unitária de não abrir mão das penas imputadas pelo Supremo aos golpistas do 8 de Janeiro.

Diz a Nota das seis Centrais: “Para que viremos a página da nossa trágica história golpista, devemos ir até o fim com aquilo que os constituintes em 1988 outorgaram: o golpismo será punido. Que assim o seja até o fim.”

As entidades também enfatizaram a Pauta Unitária da Classe Trabalhadora, cujo item principal, hoje, é a aprovação do Projeto de Lei do Presidente Lula, isentando do Imposto de Renda salários até R$ 5 mil. A isenção foi debatida com Lula, em abril de 2022, quando ele inda era candidato à Presidência da República.

LEIA A NOTA:

DIALOGO, SEMPRE. GOLPE, NUNCA MAIS!

A democracia moderna é uma longa história de lutas pela igualdade de direitos e contra o recorrente golpismo da elite civil ou militar. As entidades sindicais (Centrais, Confederações, Federações e Sindicatos) sempre estiveram à frente na construção do Estado Democrático de Direito e das suas instituições, para garantir a liberdade e a igualdade. No Brasil não foi diferente.

O golpismo impune é uma marca trágica da nossa República. Na década de 80 superamos, mais uma vez, um golpe civil-militar que durou mais de duas décadas, cerceando a liberdade, fechando instituições, prendendo e matando, retirando direitos trabalhistas, sociais e arrochando salários. As anistias, sob o argumento de pacificação, “autorizaram” novas tentativas de golpe, como o que culminou no 8 de janeiro de 2023. Foram quatro anos de iniciativas para viabilizar o golpe, atacando instituições, movimentos sociais e entidades sindicais, promovendo o negacionismo responsável por mais de 700 mil mortes na crise sanitária, a maioria evitável com vacina.

Bloqueamos e impedimos o golpe de 8 de janeiro de 2023! Nossas instituições garantiram o devido processo legal para aqueles que foram identificados como os arquitetos e operadores do golpe, bem como àqueles que aderiram à iniciativa na frente dos quarteis e, depois, depredando o patrimônio público, símbolo e espaço das nossas instituições.

Investigados, julgados e condenados, devem cumprir as penas previstas na Lei.
Vamos virar a página da nossa história. Nossa Constituição é clara, para esses crimes não há anistia nem perdão. Para que viremos a página da nossa trágica história golpista, devemos ir até o fim com aquilo que os constituintes em 1988 outorgaram: o golpismo será punido. Que assim o seja até o fim.

O movimento sindical sempre esteve na arena pública do diálogo social, negociando e fazendo acordos salariais, tratando das políticas públicas e da vida política do país. Por isso, mais uma vez, manifestamos nosso apoio aos esforços de diálogo e de construção de entendimentos em torno do fortalecimento das instituições, da igualdade de direitos, da transparência, do bom uso dos recursos públicos, mas sem anistia. Vale ressaltar que o Supremo Tribunal Federal teve e tem papel fundamental na manutenção e no fortalecimento da democracia.

Consideramos essencial também que o Congresso Nacional aprove o projeto de correção da tabela do Imposto de Renda, de tributação dos super-ricos; trate da redução da jornada de trabalho e fim da escala 6X1; amplie a proteção trabalhista e previdenciária para os mais de 100 milhões de trabalhadoras e trabalhadores; valorize e fortaleça a negociação coletiva e o sindicalismo representativo, entre outros projetos relevantes.

Essa é pauta de interesse da classe trabalhadora, que deve avançar, trazendo benefícios para toda a sociedade, sem anistia e projetos de proteção e privilégios de parlamentares.
Por um Brasil que deixa o golpismo para trás. Sem anistia! Viva o Brasil! Viva a Democracia!

Brasília, 29 de setembro de 2025
Sérgio Nobre. Presidente da CUT. Miguel Torres. Presidente da Força Sindical. Ricardo Patah. Presidente da UGT. Adilson Araújo – presidente da CTB. Moacyr Tesch Auersvald. Presidente da Nova Central Sindical. Antonio Neto. ** presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros.

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