A democracia requer instituições fortes e representativas. Seja um Sindicato de classe, um partido, uma associação ou mesmo uma entidade empresarial.
No campo político, e da administração pública, é importante que sejam fortes os Poderes Executivo, Legislativo e o Judiciário.
Na democracia, toda organização com poder precisa ser transparente na conduta e na aplicação dos recursos, sejam recursos dos associados ou dinheiro público. E mais: que possibilite a participação popular.
Um deputado federal ganha hoje R$ 39.293,32. Mas sua renda é bem maior, considerando-se as verbas de gabinete e outras vantagens asseguradas pelo mandato popular.
Esse é o maior salário que um parlamentar pode receber em sua conta. Mas isso é apenas a ponta do iceberg, pois cada deputado tem direito a cotas do Fundo Partidário e também do Fundo Eleitoral.
E mais. Agora, com as emendas de liderança e emendas secretas, esse ganho subiu bastante. É evidente que essas emendas, direta ou indiretamente, acabam remunerando o mandato do parlamentar. A soma de todo esse ganho ew gente não conhece. Mas a remuneração supera em muito os R$ 39.2993,32.
Tudo o que eu disse já demonstra um absurdo em termos de remuneração. Mas não fica por aí. Os parlamentares têm direito a plano de saúde e hospitais de alto padrão. E há também o reembolso médico.
UOL é site da Folha de S. Paulo. Na sexta (20), o UOL trouxe reportagem acerca dos reembolsos médicos. Nos últimos 10 anos, esse benefício pagou R$ 100,5 milhões de reembolso a parlamentares. Que deputado quer perder essas vantagens?
Mais grave, porém, que receber dinheiro grosso da população, é o fato da maioria deles votar contra os interesses do povo. Seus votos, quase sempre, tiram do orçamento público pra dar aos ricos, agravando a concentração de renda no País.
Ultimamente, a maioria parlamentar tem vetado projetos do governo que retira um pouco dos ricos (caso do IOF), a fim de dar uma pequena fatia aos mais pobres (pra poder isentar de Imposto salário até R$ 5 mil). Se o presidente da República veta, eles formam maioria e derrubam o veto.
Observe: muitos deputados são patrões ou estão a serviço de grandes empresas, agronegócio e bancos. Eles criticam o Bolsa-família com valor médio de R$ 750,00, mas não abrem mão de receber um salário 53 vezes maior.
Voto – Por tudo isso, e muito mais, precisamos valorizar a maior instituição da democracia, que é o voto. Devemos, desde já, acompanhar cada parlamentar, verificando como tem se comportado.
Tem trabalhador que critica o Sindicato quando a gente fala em política. Mas o padre pode, o pastor pode, o patrão pode… Nós somos um órgão de classe uma das nossas obrigações é orientar essa classe. Aceitamos debater. Mas nos omitir, jamais!
Josinaldo José de Barros (Cabeça). Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.