Manter direitos e reajustar salários é a meta de toda negociação coletiva na recessão e na pandemia. Os 130 mil trabalhadores, representados pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar), da Força Sindical, atingiram o objetivo, ao renovar a CCT, a partir de 1º de novembro.

Pra falar dessa negociação, e também da luta unitária das Centrais pelo Auxílio Emergencial de R$ 600,00, a Agência Sindical ouviu Sérgio Luiz Leite, o Serginho. Ele preside a Fequimfar e representa a Força Sindical no Conselho do Fundo de Amparo ao Trabalhador – Codefat.

TRECHOS PRINCIPAIS:

Acordo – Desde o começo do ano, vínhamos discutindo as prioridades de 2020. Sabíamos que seria uma campanha difícil. Em 2019, fechamos a Convenção Coletiva por dois anos e deixamos pra discutir as cláusulas econômicas neste ano. Iniciamos as tratativas em julho com o setor patronal e discutimos quatro cláusulas: reajuste, teto de reajuste, PLR e Piso salarial.

Reajuste – A primeira proposta foi péssima. Mas tivemos paciência na negociação e finalizamos o processo. Conseguimos a proposta de manter a cláusula da PLR na Convenção, com algum fator de redução do valor pra empresas que não têm programas próprios, e reajuste salarial e 100% do INPC, que, segundo o Dieese, está estimado em 3,49% na data-base em novembro.

PLR – Nos setores Químico e Farmacêutico todos os trabalhadores têm PLR. Desses, metade tem acordo de metas firmado pelo Sindicato; na outra metade, a empresa paga como multa, se não fornecer o benefício.

Domingo – Se a empresa precisar do funcionário no final de semana, paga 110% sobre a hora normal. O governo insiste em transformar o domingo em dia normal. Mas nossa Convenção oferece essa segurança adicional aos trabalhadores.

Hora extra – Garantimos também outros adicionais. A hora extra, em dias normas, é paga com mais 70% – a lei fixa 50%. Já o adicional noturno de 40% representa o dobro do que a lei prevê.

Auxílio-creche – O valor pago é de 50% do Piso salarial para criança até dois anos. Há casos que o Sindicato consegue avançar até os quatro anos. A empresa precisa ter a creche própria ou dar o auxílio.

Auxílio Emergencial – Está claro ao empresariado que os R$ 600,00 ajudaram a movimentar a economia, devido ao aumento do consumo. Se não fosse esse recurso, muitos informais estariam passando fome.

Campanha – As Centrais Sindicais fazem reunião ainda nesta semana pra operacionalizar a campanha junto à sociedade. O Auxílio é gasto pro governo. Mas é bem menos do que pagar 40% do PIB à especulação financeira.

Seguro-desemprego – Muitos que foram demitidos durante a pandemia estão terminando o seguro e não terão emprego. Eles não têm direito aos R$ 600,00. No Codefat, a bancada dos trabalhadores propôs aumentar duas parcelas. Mas o governo joga contra e alega que precisa pedir crédito suplementar, com Medida Provisória.

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