O setor de frigoríficos cresce e ganha muito dinheiro. Mas o desenvolvimento nas relações de trabalho não segue o mesmo padrão. Ao contrário: o setor é campeão em acidentes e registra altos índices de doenças provocadas pelo trabalho.
As entidades do setor se debatem com essa questão, mas enfrentam falta de diálogo por parte do patronato e devido à postura antissindical do atual governo.
Na quarta (14), dirigentes de Sindicatos, Federação (Fetiasp), Confederação (CNTA Afins) e da entidade internacional (UITA) se reuniram em SP para tratar de trabalho decente, diálogo social e também do encaminhamento de propostas à Conferência Mundial, no Canadá, em outubro.
MUNDIAL – O uruguaio Gerardo Iglesias, Secretário Regional Latino-Americano da UITA, foi um dos participantes. Ele diz: “Acompanhamos de perto os problemas nos frigoríficos brasileiros.
Mas a situação mundial não é muito diferente. Esses temas vão ser fortes na Conferência”. Ele lembra que, “mesmo na Alemanha, onde o padrão de relações capital-trabalho é mais avançado, os trabalhadores de um frigorífico precisaram fazer greve de 10 dias”.
O encontro foi solicitado pela CNTA Afins. Seu presidente, Artur Bueno de Camargo, lembra que o setor não parou durante a pandemia da Covid-19. “Os companheiros trabalharam até o esgotamento. Tentamos firmar protocolos com os patrões, mas eles se recusaram. No mesmo período, CNI e governo jogaram pesado pra desmontar a NR-36, norma que garante condições mínimas nos frigoríficos”, conta.
O encontro foi aberto por Antônio Vitor, presidente da Federação. Para Vítor, “as empresas põem o lucro acima de tudo, até por saber que contam com um governo totalmente patronal”. Ele espera que eventual vitória de Lula ajude a melhorar a situação nos frigoríficos.
MAIS – Fetiasp, CNTA Afins e Dieese.
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