A proliferação por Covid-19 continua a avançar no setor de frigoríficos. A JBS de Dourados é uma das unidades onde o número de trabalhadores contaminados é alarmante. A fábrica emprega 4.300 funcionários. Destes, 1.075 foram diagnosticados com a doença.
Preocupado com a situação, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Dourados, Mato Grosso do Sul, entrou com ação indenizatória pra cada funcionário contaminado no valor de R$ 200 mil e R$ 100 mil a todos que foram expostos ao vírus. Além das indenizações, a entidade pede também o ressarcimento de despesas médicas.
O Sindicato incluiu no pedido, que corre na 2ª Vara do Trabalho de Dourados, o valor de R$ 500 mil para as famílias de funcionários que venham a morrer.
Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins), Artur Bueno de Camargo diz que com a Portaria 19/2020, publicada pelo governo, a situação piorou. Ele explica: “Ela é pior que a Norma Regulamentadora 36, que estabelece o distanciamento de um metro entre os funcionários. A Portaria orienta ‘se possível’ um metro. Fica a cargo das empresas. É um absurdo”.
Outra medida defendida pelos sindicalistas é a redução da jornada e ampliação na quantidade de turnos. “É necessário reduzir o número de funcionários dentro das fábricas. Mas eles querem manter o mesmo ritmo, a mesma produção.
Dessa forma, não tem como diminuir o índice de contaminação”, ele afirma.
No último dia 8 de julho, dirigentes das duas Confederações (CNTA e Contac), que representam mais de 1,6 milhão de trabalhadores do setor, se reuniram com membros da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, técnicos da saúde e auditores fiscais.
Uma das resoluções do encontro foi a criação de um Fórum ou Comitê Tripartite para definir medidas eficazes que garantam a segurança e saúde da categoria. Mas a iniciativa pouco avançou, diante da apatia e lentidão do governo. Artur comenta: “É uma falta de vontade. Eles nunca tomam iniciativa e quando tomam é pra piorar a situação”.
Na próxima sexta (24), sindicalistas das duas Confederações e seus assessores jurídicos se reúnem. “Vamos analisar juridicamente quais ações vamos tomar para controlar essa situação.
Porque se esperarmos pelo governo, as vidas desses trabalhadores continuarão em risco”, diz.
Mais – Acesse o site da CNTA Afins.