Tirano ou “Pai dos Pobres”?

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Alguém que toma o poder por 15 anos, sanciona a Consolidação das Leis do Trabalho, instrumento social de defesa e equilíbrio nas relações entre Capital e Trabalho em um período pós-escravagismo.

Centralizador, político hábil, costurava com braço de ferro, construindo composições políticas internas e externas ao arrepio da classe política dominante. Estadista, mudou a política da Velha República, de forma a enfraquecer as elites políticas regionais.
Isso tudo numa república frágil, fulminada de atentados, na qual oligopólios políticos impunham as regras.

Muitos foram os equívocos, entretanto, tinha a busca incessante do Nacionalismo e da independência de suas ações, num momento em que que trabalhador não tinha direitos, conquistá-los era um insulto aos feudos que não se conformavam com a liberdade de escolha.

Encontrou no povo o alicerce para seus grandes projetos. Populista, sim, mas na pura expressão do termo, onde o que ouvia buscava meios de resolver com trabalho para o Trabalho.

Deixa o Governo como “Ditador”, e nos braços do povo reassume o poder sem imposições, sem golpe ou desrespeito Constitucional. Que tirania é essa?

Sofre todos os tipos de calúnia, difamação e ataques, mas é inflexível no trato daqueles que propunham a destruição de valores de liberdade de manifestação da classe operária.
Seu legado, dada à visão estratégica, garantiram ao Brasil um desenvolvimento até hoje não superado no campo do minério, do aço, do petróleo, da afirmação soberana e dos direitos dos trabalhadores.

Entrega sua vida num ato derradeiro, demonstrando que não pactuava com os atos de que era acusado, muito menos com as ações tresloucadas de seus pares.

Mas, por ser Brasileiro, não é reverenciado, é esquecido. Entretanto, seu passado o fez “Pai dos Pobres”, na monumental manifestação de seu funeral, o mérito de ter se alinhado com os que o apoiaram, o seu povo. Isso foi há 66 anos, data que quase passa despercebida.

Getúlio Dorneles Vargas, nascido em São Borja, 19 de abril de 1882 e morto no Rio de Janeiro em 24 de agosto de 1954.