Contra a privatização, trabalhadores do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) decidiram fazer greve de 24 horas em 3 de outubro.
A paralisação unificada é uma tentativa de barrar o plano do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de privatizar essas empresas de transporte público.
A expectativa é que trabalhadores da Sabesp também se unam à greve visto que a empresa também é alvo do governo estadual (ver abaixo).
A nota dos ferroviários diz: “Os trabalhadores estão dando um basta nesse processo pernicioso”. O Sindicato alega que a população vem sofrendo com a queda da qualidade dos serviços nas linhas que já foram concedidas à iniciativa privada – 8-Diamante e 9-Esmeralda – e que o governo Tarcísio se nega a dialogar com a categoria.
Segue a nota da entidade: “A greve foi o caminho para denunciar esse processo de desmantelamento do transporte público”.
A paralisação do Metrô foi decidida em assembleia no Sindicato dos Metroviários de São Paulo em 20/9. No dia anterior, o Sindicato dos Ferroviários de São Paulo também aprovaram greve no dia 3 – a entidade representa os trabalhadores das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa.
Do mesmo modo, também decidiu pela paralisação o Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil (SindCentral), que representa os trabalhadores das linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. Os trabalhadores entraram em estado de greve no início de setembro.
Pelas redes sociais, a presidenta do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, comemorou a decisão unificada dos trabalhadores da CPTM e do Metrô contra a privatização. “Vamos parar porque é um absurdo privatizar metrô, trem e água e deixar esses direitos básicos a serviço de enriquecer meia dúzia de bilionários”.
“Via Calamidade” – Assim, o intuito do movimento grevista, segundo Camila, é evitar que o transporte sobre trilhos em São Paulo se transforme em uma “Via Calamidade”. A dirigente faz referência à ViaMobilidade, que além das linhas 8 e 9 da CPTM, também administra a linha 5-Lilás, do Metrô, e a linha 17-Ouro, do Monotrilho.
Nesta semana, levantamento do Portal G1 mostrou que, somente na CPTM, a ViaMobilidade responde por 63% falhas registradas neste ano. Foram 73 ocorrências nas duas linhas operadas pela “Via Calamidade”. Ao mesmo tempo, as outras cinco linhas estatais – mais o pátio – registraram 33 falhas. Tais números colocam em xeque o argumento de maior eficiência do setor privado que os defensores da privatização utilizam normalmente.
Sabesp – Na semana que vem, é a vez do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente de São Paulo (Sintaema) realizar assembleia. Do mesmo modo, os trabalhadores devem aderir à paralisação do dia 3.
Plebiscito – Nesse sentido, além da greve de 24 horas, os ferroviários e metroviários também vão estender por mais um mês – até 5 de novembro – o Plebiscito Popular contra as privatizações da CPTM, do Metrô e da Sabesp.
Os trabalhadores lançaram a iniciativa no início do mês. Com urnas e cédulas em pontos de grande circulação de pessoas em todo o estado, os sindicatos querem dialogar com a população, alertando para as consequências da privatização.
Desse modo, a pauta da greve de 3/10 vai exigir de Tarcísio que pare o processo de privatizações imediatamente, cancele os pregões de terceirizações do Metrô e consulte a população através de um plebiscito oficial.
MAIS – Acesse o site dos Metroviários de São Paulo.