Na quarta, 31, os trabalhadores dos Correios aprovam, em assembleia, a proposta salarial mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) a pedido da Federação e do SINTECT-SP.
Nos últimos anos foram pelo menos dez reuniões entre os diretores sindicais e os representantes dos Correis, porém a empresa não aceitava as demandas dos trabalhadores. Desse modo, os Sindicatos ligados à Federação tiveram de recorrer à mediação judicial. Nos próximos dias, o acordo homologado na quinta, 1/9, deverá ser assinado.
Proposta dos Correios
Segundo Elias Cesário (Diviza), presidente do SINTECT-SP, a empresa começou oferecendo à categoria um reajuste de apenas 2% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), após dois anos de negociações, ela foi subindo a oferta até que chegaram a 90% do IPCA, cerca de 9,62%. A inflação do período entre 1º de agosto de 2021 a 31 de julho de 2022, foi de 10,2%.
Assim, uma contraproposta foi elaborada pelo Sindicato e pela Federação e levada à direção dos Correios, então coube ao ministro Ives Gandra Martins, do TST, fazer a mediação para que as partes chegassem a um acordo.
“Foram cerca de 10 reuniões que não resultaram em nada, durante as audiências virtuais muitas vezes a empresa não enviava representantes sendo que só no último encontro o presidente dos correios topou participar. A proposta inicial foi de reposição de 2% da inflação, depois chegaram a 90%, com o acordo chegamos a 100%”, ressalta Diviza.
CONQUISTAS – além de cobrir a inflação, a proposta aprovada pela categoria garante reposição de 100% de nos benefícios vale-alimentação e refeição.
Os trabalhadores também conseguiram a manutenção do adicional de 15% para o trabalho aos sábados e o pagamento das PLRs de 2021 e 2022.
PLR – O pagamento da participação seguirá o seguinte critério: 50% do PLR já será pago e a distribuição dos outros 50% seguirá critérios como desempenho operacional, assiduidade, dentre outros.
DIREITOS – O acordo proposto pela categoria também recupera o fornecimento de tíquete refeição durante as férias, benefício que havia sido retirado. E garante aos Dirigentes Sindicais mais tempo e melhores condições para atuar junto à categoria, promover informação e realizar a organização e a mobilização dos trabalhadores.
“Nos últimos dois anos, a empresa tentou colocar uma mordaça nas nossas bocas. Impôs que o sindicato só poderia falar com o trabalhador durante o horário de almoço. Foi um movimento para tentar nos calar que teve o efeito oposto. Trabalhamos mais, falamos mais com a nossas bases e unimos ainda mais a categoria”, conta Diviza.
PRECARIZAÇÃO – “De 2020 pra cá, cerca de 54 benefícios conquistados ao longo de anos de negociações foram retirados, se a categoria fazia uma greve, por exemplo, os dias eram descontados na tentativa de nos enfraquecer. Restauramos alguns direitos, mas ainda têm pelo menos 48 itens que precisamos lutar para recuperar”, lembra Douglas Melo, diretor do SINTECT-SP.
ELEIÇÕES – “Diante do atual cenário, a categoria se surpreendeu com a proposta e com a reconquista de direitos que haviam sido retirados pelo atual governo. Acreditamos que a proximidade das eleições fez com o comando da empresa recuasse, afinal o presidente não ia querer uma greve dos funcionários dos Correios às vésperas da eleição”, pondera Douglas.
GREVE – Após a mediação, a categoria fez assembleias em todo o território nacional e com o “sim” dos trabalhadores à proposta elaborada, as entidades sindicais encerraram a preparação da greve nacional prevista setembro.
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