A economia cresce, a renda assalariada aumenta, a inflação se mantém controlada, o governo amplia políticas públicas, o investimento privado avança. Ainda assim, recentes pesquisas de opinião mostram queda na avaliação do governo Lula, mesmo entre seu eleitorado.
Domingo, dia 10, a “Folha” trazia de manchete: “Renda do trabalho registra maior alta desde o Plano Real”. E completava na linha fina: “Crescimento foi de 11,7%” no ano passado.
“Está acontecendo uma dissonância cognitiva”, resume o consultor sindical João Guilherme Vargas Netto, logo após a tradicional reunião às segundas-feiras com a direção do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (Força Sindical).
Vargas Netto, e não só ele, aponta problemas na Comunicação do governo. “Temos que fazer a crítica construtiva, ou seja, que identifica o problema e objetiva encontrar a solução”, afirma.
Para o consultor sindical, a saída “passa por valorizar os protagonistas e fazer chegar aos interessados as notícias e medidas junto aos próprios beneficiados”.
No front político, o sindicalismo tem duas tarefas imediatas, aponta: “Ajudar a viabilizar o PLC dos trabalhadores em aplicativos e atuar na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, a fim de evitar o avanço do Projeto de Lei que tenta inviabilizar as negociações coletivas e a sustentação das entidades”. Senador Paulo Paim (PT-RS) é o relator.
Sindicalismo – “Quanto a nós, intensificar o trabalho sindical, buscar mais acordos de PLR, apoiar as demandas das trabalhadoras, combater os acidentes e dialogar com a base”, recomenda Vargas Netto. Nesse diálogo, ele diz, “cabe explicar aos trabalhadores as medidas econômicas e as políticas que estão beneficiando a própria classe trabalhadora e a população em geral”.
Sindicalismo e governo, em sua opinião, devem estreitar relações, dialogar mais, atuar conjuntamente em projetos, “mas sem que sejamos chapa branca”.
Mais – Sites da Folha de S.Paulo e Ipea.