Viva as mulheres – Por Josinaldo José de Barros (Cabeça)

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De todas as lutas humanas, a mais dura é a das mulheres. Tratada como ser de segunda classe, a mulher precisou, e ainda precisa, galgar degrau por degrau rumo à dignidade e autonomia perante o poder masculino, seja do pai ou do marido.

Yoko Ono, artista plástica viúva do beatle Jonh Lennon, cunhou uma frase dura, mas verdadeira: “Womann is the nigger of de world”. Ou seja: a mulher é o negro do mundo. A palavra nigger é um insulto intolerável ao negro norte-americano.

No Brasil, essa luta não tem sido menos dura, embora, por obra de Getúlio Vargas, a mulher tenha conquistado em 1932 o direto de votar. Conquista, inclusive, que não havia em muitos países da Europa.

O atraso nas relações sociais encontrava abrigo na lei. Nosso Código Civil durou de 1916 a 2002. Portanto, a condição feminina por 86 anos foi bastante precária: se solteira, a mulher devia obediência ao pai; se casada, obedecia ao marido.

Tivemos um avanço importante em 1988, quando a Constituição estabeleceu que “homens e mulheres são iguais perante a lei”. Esse avanço, porém, só se tornou mais efetivo com o novo Código Civil 14 anos depois.

Uma das heranças malditas do atraso cultural é que ainda hoje tem homem pra quem a mulher é sua propriedade. O noticiário está repleto de casos de maridos, ex-maridos ou namorados que matam a mulher por não aceitar o fim do relacionamento. Esse crime é tipificado como feminicídio – “O homicídio contra a mulher por razões da condição do gênero feminino e em decorrência da violência doméstica e familiar, ou por menosprezo ou discriminação à sua condição”.

A violência atinge mais a mulher pobre e é praticada principalmente por homens de instrução precária. Mas os casos envolvendo os jogadores Robinho e Daniel Alves, por exemplo, mostram que mesmo homens notórios e endinheirados se sentem no direito de violentar a mulher.

Trabalho – A discriminação é muito forte nos ambientes de trabalho. Quantas mulheres são Secretárias de governo em Guarulhos? E quantas dirigem indústrias ou mesmo grandes empresas de serviços, comércio ou do agronegócio?

Este ano, o sindicalismo feminino volta a realizar o Março-Mulher. Um mês inteiro de palestras, debates, panfletagens e outras ações pela valorização feminina. Uma bandeira forte neste ano é “igualdade salarial entre mulheres e homens que exerçam a mesma função”.

Nosso Sindicato apoia essas demandas. Eu, pessoalmente, sou incentivador da luta feminina. Soube que o presidente Lula quer apresentar projeto de Lei que garanta essa igualdade. Que ele seja iluminado e faça isso. Seremos, então, um País mais justo e civilizado!

DIA DA MULHER – Quarta, 8 de março, é o Dia Internacional da Mulher. Data de reflexão e luta. Mas o dia da mulher deve ser todos os dias da semana, do mês, do ano e da existência!

Josinaldo José de Barros (Cabeça), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.