Quando a longa curva da História encontra a acidentada linha dos assuntos políticos correntes, pode enobrecê-los ou aviltá-los.
A coincidência de ter o presidente Lula anunciado a disposição do governo em patrocinar a luta pela redução da jornada de trabalho em seu pronunciamento do 1º de Maio foi enobrecedora da proposta.
Isto porque a história do 1º de Maio é uma história das lutas dos trabalhadores pela redução da jornada e o avanço das reduções marca a trajetória das manifestações, das repressões e das vitórias nesta secular reivindicação.
Agora, está posta para o movimento sindical a oportunidade de fazer avançar a redução no Congresso Nacional que se debruça sobre a PEC 6 x 1 – eliminação dessa escala com a redução constitucional da jornada.
A discussão sobre a necessidade e possibilidade da redução constitucional da jornada de trabalho e o repúdio à escala 6 x 1 devem ser intensificados em todas as bases do movimento sindical.
Além dela, no âmbito congressual, há também a tarefa de garantir a aprovação do projeto do governo de extinção do IR para os salários até R$ 5 mil e reduções até o R$ 7 mil, com taxação dos super-ricos.
Cabe às direções nacionais das Centrais e das Confederações de Trabalhadores, além da tarefa de se articular com as presidências da Câmara e do Senado e com as lideranças de bancadas e partidos políticos reforçando as reivindicações, dar o exemplo às bases do movimento para que iniciem, de maneira coordenada e persistente, um trabalho de convencimento de deputados e senadores em defesa de nossas posições, mobilizados em cada local de trabalho, cidade e em cada Estado, falando com todos os parlamentares e repercutindo as posições deles.
João Guilherme Vargas Netto – consultor de entidades sindicais de trabalhadores