Em uma conjuntura – econômica, social, política – favorável e duradoura o movimento sindical bem que poderia fazer do ano de 2024 (que é bissexto) o Ano da Sindicalização.
Se todas as direções sindicais e o conjunto das entidades encampassem esta ideia não só teríamos durante todo o ano campanhas efetivas de sindicalização, campanhas institucionais que poderiam ser apoiadas pelo ministério do Trabalho e Emprego, como também inúmeras atividades especificamente voltadas a aumentar o número de associados aos sindicatos e reforçar os laços com os trabalhadores e com as trabalhadoras já sindicalizados.
Além destas iniciativas o Ano da Sindicalização pressupõe que em todas as atividades normais e recorrentes da ação sindical o tema da sindicalização estivesse presente, como uma pauta adicional a ser cumprida.
Desta forma teríamos nas campanhas salariais e nas negociações decorrentes, nas lutas em cada empresa e locais de trabalho, nas assembleias, nas comemorações, nas atividades de lazer e esportivas, a todo momento, sempre presente o tema da sindicalização e o controle dos avanços alcançados com metas definidas anteriormente.
Mesmo as comemorações unitárias do 1º de maio deveriam incorporar esta preocupação e serem ocasião dos primeiros balanços vitoriosos.
Ao fim do Ano da Sindicalização, mais que deter a queda dos indicadores, poderíamos comemorar os avanços obtidos como grande vitória, ao retomar os padrões de sindicalização que já foram relativamente altos, antes dos desarranjos da rotatividade, da informalidade, do neoliberalismo, das novas relações de trabalho, da deforma trabalhista, do governo Bolsonaro e da Covid.
João Guilherme Vargas Netto – Consultor sindical de entidades de Trabalhadores e membro do Diap.