Pesquisa do Instituto Locomotiva revela que 39% dos brasileiros que contratam diaristas dispensaram o serviço das trabalhadoras, mas não mantiveram o pagamento das diárias desde que as grandes cidades decretaram quarentena para conter a disseminação do novo coronavírus (Covid-19).
Entre os empregadores das classes A e B, com renda por pessoa da família superior a R$ 1.526 mensais, o percentual dos que dispensaram os serviços sem pagamento de diárias é maior ainda, atinge 45%.
A história de Maria Luzinete Souza, diarista de São Paulo, que está em casa há 37 dias, ilustra bem o triste resultado da pesquisa. Das cinco faxinas que ela fazia por semana, apenas uma empregadora manteve o pagamento da diária semanal. Outro empregador, onde ela fazia faxina quinzenalmente, também manteve o pagamento a cada 15 dias, claro. O marido dela, que é garçom, foi dispensado do trabalho sem salário. O filho que é estagiário também está em casa sem renda.
Desesperada, como ela mesma definiu a situação da família, Luzinete se inscreveu para receber o auxílio emergencial de R$ 600 no dia 7 de abril, mas até agora não recebeu nada, nem sequer um comunicado de que seu cadastro foi analisado.
A pesquisa do Instituto Locomotiva mostra também que 23% dos empregadores de diaristas e 39% dos patrões de mensalistas afirmaram que suas funcionárias continuam trabalhando normalmente, mesmo durante o isolamento social, única maneira de impedir a proliferação da doença que não tem vacina, não tem remédio.
Fonte: CUT.