Carestia é uma palavra que andava sumida. Os mais jovens não sabem exatamente o que é, mas quem viveu os anos 80 conhece bem o significado. Com taxas de inflação gigantescas, aprendemos que carestia significa empobrecimento, aumento do custo de vida e inflação descontrolada.
Quanto mais alta a inflação maior é a redução no poder de compra do povo, com impactos sobre a segurança alimentar e no padrão de vida dos trabalhadores.
A prova de que a carestia voltou é que itens básicos, como a cesta de alimentos, a gasolina e o gás de cozinha tomam quase 100% do salário mínimo vigente.
Sofremos por dois anos com a pandemia da Covid descontrolada, que nos levou mais de 650 mil brasileiros, e a quarentena que nos aprisionou em casa. Não bastasse isso, o preço da gasolina dolarizado desde o governo Temer, as políticas de subsídios equivocadas da Dilma e a desastrosa política econômica de Paulo Guedes e Bolsonaro, com dólar nas alturas e preços fora de controle, entre tantas outras coisas, nos trouxeram a quebradeira de empresas, a fuga de outras do Brasil, a parada na economia e a inflação em disparada.
Agora falta comida na mesa do povo. O gás de cozinha chega a R$ 120,00 e a gasolina já ultrapassa os R$ 7,00.
E, em março deste ano, vimos a pior inflação desde março de 1994, exatamente o início do Plano Real.
Quem vai ao supermercado sabe que gasta o dobro do que há pouco tempo. A fome voltou ao Brasil, e isso é triste.
Os culpados? Nós e os que governaram o país. Falhamos em normalizar os casos de corrupção, em aceitar políticas econômicas populistas, que nos oferecem um bom presente, mas matam o nosso futuro, e em engolir manobras de governos que, para buscar apoio e se manter no poder, criam políticas que deixam os ricos mais ricos e os pobres mais pobres.
Precisamos dar um basta. Os trabalhadores precisam voltar a fortalecer os Sindicatos e vocalizar o NÃO a tudo isso.
Os governos de plantão, sejam eles de que partido forem, precisam saber que não aceitamos qualquer coisa, que estamos alertas.
Já passamos por poucas e boas, sobretudo a categoria comerciária, e vamos passar por essa tempestade, mas podemos sair melhor do que imaginamos se tivermos união.
Vamos exigir a estabilização da economia, que os nossos salários sejam recompostos e que os nossos direitos sejam mantidos.
Precisamos que a roda da economia volte a andar, que os patrões também lucrem, pois só assim nossos empregos serão mantidos.
Vamos dizer não à carestia, não ao aumento do custo de vida, não à concentração de riqueza nas mãos de meia dúzia, não à corrupção que nos tira a escola dos filhos e o hospital dos nossos doentes.
Vamos nos valorizar. Juntos somos mais fortes.
Clique aqui e leia mais artigos de Walter dos Santos.