O Três fatos recentes de nossa história provocaram estragos imensos no País. A crise que levou à derrubada de Dilma, o governo tragicamente neoliberal de Temer e a gestão, extremista, intolerante e incompetente de Jair Bolsonaro.
O saldo desses três fatos é conhecido, e dramático: enfraquecimento da democracia, cortes violentos em direitos trabalhistas e o estímulo ao ódio e à divisão entre os brasileiros.
Some-se a isso a tragédia da pandemia gerada pela Covid-19, com a morte de quase 700 mil brasileiros, os gastos médicos de suas famílias, o sofrimento das famílias e as sequelas que afligem boa parte dos que foram infectados pelo novo Coronavírus.
A tradução disso em números é uma hecatombe, com quebradeira de pequenas empresas, endividamento recorde das famílias, demissões em massa, arrocho salarial, corte de direitos, enfraquecimento do poder de negociações dos Sindicatos, aumento na devastação ambiental e desmoralização do Brasil no cenário internacional.
Bem. Essa é a nossa situação real e é a partir dela que temos de reerguer o Brasil, recolocar o País no caminho do desenvolvimento, gerar empregos, recuperar o poder de compra dos aposentados e fortalecer nosso mercado interno.
Nessa conjuntura trágica a primeira tarefa já foi cumprida, ou seja, derrotar Bolsonaro. Mas o que vem pela frente será um desafio semelhante a reconstruir um País devastado pela guerra.
Essa reconstrução não depende de um partido ou de um homem só, embora, naturalmente terá que ser comandada por um líder. No caso, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Eleito por uma frente ampla, ele tem acertado ao compor uma equipe também ampla para cuidar da transição.
O movimento sindical tem uma Pauta Unitária, eleita pela Conclat em abril deste ano. Mas a nossa responsabilidade atual é dar respaldo ao futuro presidente Lula, para que ele possa cumprir compromissos fundamentais, entre os quais aumentar o salário mínimo, gerar empregos e garantir alimentação a milhões de brasileiros que passam fome.
Esse apoio à reconstrução precisa ser tripartite. Ou seja, engajar o próprio governo, o empresariado produtivo e também os trabalhadores, por meio de nossas representações. Essas são as forças fortes que poderão nos reerguer. Tenho esperança que cada uma das partes dará sua contribuição.
Nação – O reerguimento de um País passa também pelo resgate da ideia de Nação, ou seja, à consciência de que todos somos brasileiros, iguais em direitos e deveres. Passa também pelo resgate de valores culturais, pelo respeito à diversidade e convivência respeitosa entre os diferentes.
Dia 20 começa a Copa do Mundo. Pode parecer mais um evento esportivo. Mas quem sabe não será também a oportunidade de resgatar a alegria de torcer, o prazer de reunir os amigos e a chance de nos darmos de novo as mãos?
Josinaldo José de Barros (Cabeça)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.
Email – josinaldo@metalurgico.org.br
Site – www.metalurgico.org.br
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