“Combater a carestia e promover a segurança alimentar, com adoção de medidas para redução dos preços da cesta básica de alimentos; fortalecimento da agricultura familiar; recuperação da capacidade operativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e da formação de estoques reguladores; e retomada das políticas de aquisição de alimentos.”
Se as quantidades são diferentes a sua média é maior ou menor do que algumas delas.
Este acacianismo ilustra bem as condições para o estabelecimento da Pauta Unitária da classe trabalhadora resultante da colaboração de inúmeras entidades, dirigentes e ativistas sindicais.
É o que tem acontecido em sua elaboração pela comissão organizadora da Conclat 2022; há diferenças, mas não divergências.
O importante – chego a dizer, o decisivo – é que as diversas e variadas intervenções apontem o rumo unitário de resistência e mudança, contemplando os eixos temáticos Emprego, Direitos, Democracia e Vida.
A vontade coletiva da classe trabalhadora, sintetizada na pauta nacional, além de ser enraizada na vida cotidiana como reivindicações, deve levar as direções sindicais (que a produziram) a desenvolver possíveis ações imediatas para sua efetivação em campanhas de massa como consequência da reunião do dia 7 de abril.
Dentre as 12 medidas emergenciais apresentadas na proposta de pauta, destaco a de número quatro:
“Combater a carestia e promover a segurança alimentar, com adoção de medidas para redução dos preços da cesta básica; fortalecimento da agricultura familiar; recuperação da capacidade operativa da Conab e da formação de estoques reguladores; e retomada das políticas de aquisição de alimentos.”
O combate à carestia deve se materializar em amplas campanhas de mobilização imediata dos trabalhadores e das trabalhadoras contra a fome e o aumento dos preços dos alimentos. Nessas campanhas, em cada entidade, as mulheres trabalhadoras podem ter o protagonismo da ação, associada também à solidariedade material a quem tem fome ou passa necessidades.
Camponesas, professoras, bancárias, comerciárias, telefônicas, metalúrgicas e outras trabalhadoras, organizadas pelos Sindicatos em conjunto ou em ações sindicais de cada categoria, podem começar esse processo, que, a acreditar na experiência histórica e na garra das mulheres, se transformará em um amplo movimento social que dará vida – nesta questão decisiva – à pauta nacional da classe trabalhadora.
João Guilherme Vargas Netto – Consultor sindical e membro do Diap.
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