Pedro Afonso Gomes preside o Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo. O dirigente falou com exclusividade à Agência Sindical acerca dos 100 dias de governo Lula. Avaliação positiva. Ele diz: “O governo vem trabalhando em vários campos. Esse conjunto de medidas tem reflexos positivos no mercado, tornando o ambiente econômico mais atrativo”.
Para o presidente do Conselho, “muitos, entre os próprios economistas, já descortinam um horizonte mais seguro”. Segundo Pedro, “essa clareza, resultado das diversas iniciativas do governo, passa mais segurança aos agentes econômicos”.
A queda na inflação – IPCA e INPC – também contribui nessa melhoria. Na avaliação do economista, que fez carreira no Banco do Brasil, “os investidores, o setor produtivo, enfim, o mercado, olham o futuro e se mostram mais otimistas”.
A economia, argumenta Pedro Afonso Gomes, não pode ficar na dependência do crédito. “Daí a importância de medidas governamentais em prol das pequenas e médias empresas, entre outras, como a recriação dos mecanismos de estoque regulador”, afirma.
Por um século, 1919-2019, o Brasil se valeu dos mecanismos de regulagem. “Primeiro pra atender os cafeicultores, mas depois regulando estoques de arroz, carne e outros produtos”. Até o combustível, diz, pode ser estocado. A lógica é comprar do produtor pra garantir alguma margem de lucro na baixa “e ir liberando estoque quando houver necessidade e demanda”.
MP – Por meio da Medida Provisória 1.166, de 22 de março, o ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) criou o Programa de Aquisição de Alimentos. A regulamentação saiu em 6 de abril, Decreto 11.476.
China – Pedro está otimista quanto à viagem de Lula, com ministros, líderes políticos, empresariais e sindicais, ao país asiático. “Há muito interesse chinês em investir no Brasil”, diz.
Ele também apoia as medidas na área social, “que refazem projetos ou criam novos projetos, com maior abrangência”. Ele diz: “A fome precisa ser enfrentada e isso está sendo feito”.