15.6 C
São Paulo
sábado, 27/07/2024

Mudança sindical desune Centrais

Data:

Compartilhe:

O 1º de Maio deste ano corre dois riscos: excluir o salário mínimo da centralidade da agenda sindical e ocorrer de modo que divida o movimento à base de um projeto de mudanças que fragmenta a unidade de ação.

Nesse sentido, Nota assinada pelos presidentes da Nova Central Sindical de Trabalhadores, Central dos Sindicatos Brasileiros e Pública Central do Servidor alerta para o risco da desunião e imposição pelas Centrais maiores, ou seja, CUT, Força e UGT.

Principais trechos:

“Após a posse do presidente Lula, o protagonismo de entidades de representação social voltou a fazer parte das pautas governamentais – essencial pra construir um governo democrático.

O sindicalismo se mostra peça-chave, dando voz aos trabalhadores, em todas as suas instâncias de atuação, como o sistema confederativo, que trouxe (e traz) inúmeras conquistas aos brasileiros.

Mas nem todas as discussões giram em torno da busca pela unidade e por uma construção democrática, ouvindo todos os setores de representação.

Grupo formado pela CUT, Força Sindical e UGT apresenta projeto de renovação do sindicalismo, com um texto criado a portas fechadas.

Um formato excludente, que apenas as beneficia, em uma verdadeira busca por poder, e que foca na representação por volume de trabalhadores, ferindo um princípio básico do sindicalismo, a valorização e autonomia dos Sindicatos de base.

Importante lembrar que todos os setores são essenciais para a formação de um conjunto de decisões.

A proposta de reforma sindical colocada pelas Centrais citadas tenta a inclusão destas entidades na pirâmide sindical, a redução da força de representação de dezenas de categorias, o fim do sistema confederativo, sobrepondo a representação de categorias – o que fere princípios de igualdade e inclusão do sindicalismo.

A Nova Central Sindical, a Central dos Sindicatos Brasileiros e a Pública Central do Servidor, que representam categorias diversas e milhões de trabalhadores dos setores público e privado, e de várias outras áreas essenciais para a economia, defendem o debate democrático em torno do Projeto de Lei 5.552/2019, elaborado pelo Fórum Sindical dos Trabalhadores e discutido entre as Confederações, Federações e Sindicatos, bem como com o setor patronal, Ministério Público, Judiciário e Legislativo.

O projeto visa regulamentar o Artigo 8º da Constituição, sem alterar seu texto, mas deixando claros os pontos que possam ter interpretação dúbia, como a obrigatoriedade da homologação no Sindicato, a cota de contribuição negocial que decorra da negociação coletiva, o reconhecimento da negociação coletiva em todas as suas formas, a garantia da unicidade sindical, o retorno da ultratividade e tantos outros pontos de convergência entre todas as entidades do sistema confederativo.

Precisamos também deixar claro que se opor à proposta colocada pelas outras Centrais é questão de pragmatismo. Com um Congresso Nacional dividido, onde pautas mais importantes para o governo têm dificuldades de tramitação, discutir a reformulação do sistema sindical se torna perigoso.

Se já existe um Projeto de Lei que apenas reforça a importância de um artigo da Constituição e atende a vários pontos destacados por todo sindicalismo, por que não dar o passo mais fácil e, depois, com a participação de todos os representantes da classe trabalhadora construir algo mais sólido?

A reforma sindical sem diálogo criará um cavalo de Tróia, que não terá adesão de todas as Centrais, do sistema confederativo, de lideranças sindicais, dos trabalhadores e muito menos dos parlamentares”.

Assinam: Moacyr Tesch Auersvald, Nova Central Sindical de Trabalhadores; Antonio Fernandes dos Santos Neto, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB); José Gozze, Pública Central do Servidor.

NOTA – Leia Pronunciamento das Centrais

Mais – Sites da Nova Central, CSB e Pública.

Conteúdo Relacionado

Caixa libera abono do PIS/Pasep para nascidos em setembro e outubro

Cerca de 4,24 milhões de trabalhadores com carteira assinada nascidos em setembro e outubro podem sacar, a partir desta segunda-feira (15), o valor do...

Empresas do Setor Químico tem até dia 31 para pagar PLR

Por força de Convenção Coletiva da categoria, empresa que opta pelo pagamento único da PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) tem até 31 de...

SindForte cobra negociação

O segmento do transporte de valores no Estado de São Paulo está em campanha salarial. A pauta de reivindicações foi eleita após ampla participação...

Sequência de aumentos reais prossegue

Mantém-se alta a tendência de aumentos reais de salário nas negociações coletivas. Os dados vêm do Dieese por meio do Boletim “De Olho nas...

Greve vitoriosa aumenta salário para frentistas de Goiás

Vitória para os frentistas de Goiás. Após 15 dias de greve, com ampla participação da categoria, o Sinpospetro-GO assinou a Convenção Coletiva de 2024....