Quinta, 6, o governo anunciou que vai zerar o imposto de importação de nove alimentos considerados essenciais (azeite, milho, óleo de girassol, sardinha, biscoitos, macarrão, café, carnes e açúcar). Medida é temporária e visa combater alta na inflação desses itens, beneficiando o consumidor final.
Artur Bueno de Camargo, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins – CNTA, considera correta a medida. Ele entende que os trabalhadores da categoria não sofrerão impactos, uma vez que a produção da indústria alimentícia nacional será mantida.
“O que temos hoje é uma questão referente aos estoques. O Presidente anterior acabou com o estoque regulador, que hoje está zerado. Assim, o governo não consegue colocar produtos no mercado para balancear oferta e demanda. Com a isenção de impostos para importação de alimentos, haverá mais oferta, e isso pode equilibrar os preços ao consumidor”, comenta o dirigente.
Ainda na quinta, o governo Lula anunciou que retomará os estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento. Para Artur, os efeitos da medida dependerão do tamanho da produção de alimentos este ano. “É preciso que a produção seja grande para que o governo possa estocar e, depois, se houver menor oferta, colocar o produto no mercado, equilibrando os preços”, afirma.
PIB – Dados divulgados sexta, 7, mostram que a agropecuária teve queda de 3,2% em relação a 2023, enquanto o PIB nacional aumentou 3,4%. Para o presidente do CNTA, eventos climáticos extremos, como no Rio Grande do Sul, explicam esses dados. Artur Bueno projeta números melhores para 2025, o que reforça a luta por ganhos salariais reais e maior participação nos lucros e/ou resultados para os trabalhadores da categoria.
6×1 – Terça, 11, a CNTA inicia campanha pela redução da jornada de trabalho. O objetivo é que a categoria tenha folga aos sábados e domingos, com escala 5×2 e 40 horas semanais. A iniciativa vai ao encontro da mobilização de diversos setores sindicais, como também de iniciativas parlamentares contra a 6×1.
“Chegou o momento da classe trabalhadora ser reconhecida e obter compensação ante a evolução tecnológica e o lucro gerado nas últimas décadas. Não adianta o empresário dizer que falta mão de obra capacitada. Como o trabalhador vai fazer um curso se ele sai de casa às 5 da manhã e não tem hora pra chegar? A redução da jornada também será benéfica pra empresa. Trabalhador mais descansado tem produtividade maior”, defende.
MAIS – Site da CNTA.