22.8 C
São Paulo
quarta-feira, 12/02/2025

Com Lula, em Brasília – Por Josinaldo Barros (Cabeça)

Data:

Compartilhe:

No dia 1º de janeiro de 2019, as Centrais Sindicais enviaram uma carta ao Presidente que tomava posse naquela data. A carta reconhecia a vitória de Jair Messias Bolsonaro e pedia diálogo com o novo governo.

Bolsonaro sequer respondeu à correspondência. E mais: no dia 1º de janeiro de 2019, ele extinguiu o Ministério do Trabalho, fruto da Revolução de 30, liderada por Getúlio Vargas, Pasta diretamente ligada aos interesses da classe trabalhadora.

No dia 7 de abril de 2022, as Centrais Sindicais realizaram a 3ª Conclat – Conferência Nacional da Classe Trabalhadora. No dia 13 do mesmo mês, o ex-presidente Lula recebia os sindicalistas e dizia: “Mais que uma pauta de reivindicações, vocês me apresentam quase que um Plano de Governo”.

Dia 1º de dezembro de 2022, o presidente já eleito para um terceiro mandato recebeu dirigentes sindicais e tratou ali de várias reivindicações e demandas. Mas era um encontro extraoficial.

O encontro oficial acontece na manhã hoje, dia 18, no Palácio do Planalto. As direções das Centrais vão reforçar propostas aprovadas na terceira Conclat e enfatizar a necessidade de aumento real para o salário mínimo – que remunera, direta e indiretamente, quase 50 milhões de brasileiros.

Será uma reunião com Pauta. Além das propostas da Conclat e do aumento real para o mínimo, as Centrais também pretendem tratar de outros assuntos importantes: 1) Proteção legal para os trabalhadores em Aplicativos; 2) Reconstrução do Ministério do Trabalho devastado pelo bolsonarismo; 3) Valorização da negociação coletiva entre trabalho e capital.

A classe trabalhadora não é bando. E muito menos gado. Temos consciência de nosso papel no setor produtivo, comércio, agricultura e serviços. E, por meio das nossas Centrais, a classe quer ser ouvida, ter voz ativa e ser agente do progresso social e material de que o Brasil tanto precisa.

Nosso Sindicato participou de todas as três Conclats: 1981, 2010 e 2022. E eu estarei no encontro de hoje, integrando a comitiva da Força Sindical, mas, principalmente, representando a categoria metalúrgica de Guarulhos, Arujá, Mairiporã e Santa Isabel.

O diálogo é parte essencial da democracia. E nosso Sindicato defende, ardorosamente, o regime democrático. Um governo digno desse nome deve dialogar com todos os setores sociais, até com segmentos que o criticam ou combatem, pois a democracia possibilita aos divergentes debater e encontrar pontos em comum, para o bem da Nação.

Ao nos receber, Lula mostra que tem envergadura de estadista e não passador de pano pra extremistas e milicianos. Nós o trataremos com o devido respeito, mas sem deixar de cumprir nosso papel, ou seja, cobrar medidas efetivas em benefício do povo brasileiro, principalmente dos mais pobres e carentes.

Josinaldo José de Barros (Cabeça)
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.
Diretoria Metalúrgicos em Ação

Email – josinaldo@metalurgico.org.br
Site – www.metalurgico.org.br
Facebook: /josinaldo.cabeca.1

Clique aqui e leia mais opiniões

Josinaldo - Cabeça
Josinaldo - Cabeça
Josinaldo José de Barros (Cabeça), presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região Email - josinaldo@metalurgico.org.br

Conteúdo Relacionado

Avançar na recuperação industrial – Murilo Pinheiro

Crescimento de 3,1% em 2024 é boa notícia que precisa se manter nos próximos anos, dentro da lógica do avanço tecnológico e da transição...

Sindicalismo e enchentes

Causa indignação ver a cena se repetir a cada temporada das águas nas grandes cidades. A enchente vem, arrasta tudo, inunda bairros carentes, destrói...

Defesa da democracia com a participação consciente dos trabalhadores – Eusébio Pinto Neto

O movimento sindical desempenha um papel histórico e significativo na manutenção da democracia no Brasil. A atuação dos sindicatos vai além das negociações salariais...

Prontos para a COP30 – Milton de Araújo

O movimento sindical comerciário do Estado de São Paulo já está se organizando para participar da COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre...

O debate público sob as “guerras” de narrativas e cultural – Marcos Verlaine

A extrema-direita mundial tem se valido, em larga escala, das chamadas “guerras de narrativas” e também da “guerra cultural” para influenciar o debate público,...