O consumo de carne vem caindo há três anos consecutivos no Brasil. Em 2020, o recuo foi de 10% em relação ao ano anterior. Já em 2021, a estimativa de queda é de 2%, o que equivale a um consumo de 5,24 milhões de toneladas de carne bovina.
Esse é o menor parâmetro em 12 anos.
O cálculo é feito com base no consumo por pessoa, que prevê 24,5 quilos por ano.
Esse é o número próximo do registrado em 2005. Essa estimativa foi feita por especialista da Consultoria Agro do Itaú BBA, Cesar de Castro Alves.
Segundo o especialista, os dados consideram expectativa de produção de carne bovina de 7,4 milhões de toneladas, de exportações de 2,26 milhões de toneladas e de importações de 73 mil toneladas.
O estudo aponta que o preço de comercialização da carne bovina e a renda das famílias são os principais responsáveis pela queda no consumo. Em 12 meses, o preço da carne disparou 38,17%. A inflação da carne em novembro registrou 10,81%, superior ao índice calculado para o todo o grupo de alimentos e bebidas, que ficou em 8,9%.
Arrocho – De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), a renda média real das famílias está diminuindo desde outubro de 2020. Apesar da queda na taxa de desemprego, os dados apontam que as vagas geradas são mais precárias e com salários mais baixos. Isso explica a redução da renda do trabalhador.
Explicação – São quatro fatores que explicam a alta no preço da carne. O dólar alto, a seca que afeta especialmente a região Centro-Sul do País, o aumento no preço do milho e da soja e menor disponibilidade de bois para abate.
*Com informações da BBC Brasil.