A Ita Transportes Aéreos, do Grupo Itapemirim, suspendeu todas as operações na última sexta (17). Essa ação acabou por prejudicar passageiros e funcionários. Em comunicado, a empresa afirmou que a suspensão é temporária e está ligada a reestruturação interna e necessidade de ajustes operacionais.

Vale lembrar que a Viação Itapemirim, que presta serviço de transporte rodoviário, está em recuperação judicial desde 2016 e deve cerca de R$ 253 milhões aos credores e R$ 2,2 bilhões em tributos.

O diretor de Operações da Itapemirim, Marcos Poltronieri, chegou a negar que a empresa estivesse em processo de falência. Após alto volume de demissões, ex-funcionários protestaram em frente à sede da empresa por verbas rescisórias e direitos trabalhistas atrasados.

Segundo informa o Sindicato Nacional dos Aeronautas, que representa os trabalhadores embarcados, a crise na Ita começou seis meses após o lançamento, quando o grupo começou a atrasar salários, benefícios, FGTS e pagamentos de fornecedores. O plano de saúde dos empregados também foi suspenso, no início de dezembro.

De acordo com Henrique Kacklaender, diretor do Sindicato, além dos passageiros que ficaram na mão com os voos cancelados, os funcionários da empresa também sofrem.

“Cerca de 20 tripulantes estavam espalhados pelo Brasil a trabalho e ficaram sem auxílio da empresa pra comer e até pra voltar pra casa. Fizemos contatos com outras companhias aéreas para que elas dessem carona de volta pra eles”, afirma o sindicalista.

Ainda segundo o dirigente dos Aeronautas, a Itapemirim conta com 340 tripulantes. A maioria deles trabalhava na Avianca Brasil, outra companhia aérea que foi extinta em 2020.

Investimentos – Apesar disso, o dono do grupo Itapemirim, Sidnei Piva, abriu uma empresa bilionária no Reino Unido em abril deste ano, um mês antes do lançamento da Ita. O valor da nova empresa é de quase R$ 6 bilhões.

MAIS – Acesse o site do Sindicato Nacional dos Aeronautas.