14.8 C
São Paulo
quarta-feira, 9/07/2025

Criador e criatura – Por Eusébio Luis Pinto Neto

Data:

Compartilhe:

O movimento sindical luta há anos contra o desemprego, baixos salários e a informalidade, e, agora, tem pela frente o desafio de se adequar ao mundo da tecnologia que avança no mercado de trabalho. No Brasil, os trabalhadores do setor automotivo já sentem o peso da modernidade. Desde a virada do século, os frentistas travam uma batalha com a tecnologia. O país tem uma lei específica para garantir o emprego da categoria. A Lei 9.956/2000 proíbe bombas de autosserviço em postos de combustíveis de todo país. A tecnologia veio para ficar, então temos que repensar as estratégias para garantir os nossos empregos.

O crescimento econômico depende diretamente da produção e do consumo. Os países com os maiores níveis de automação e robotização possuem taxas de desemprego menores. A sociedade não ganha com o desemprego, pois, a pobreza reduz o poder de compra e o lucro dos empresários. Existe uma lei básica na economia que não pode ser desprezada: o objetivo final da produção é o consumo. Para não perder o relógio da história, a classe operária tem que se qualificar e se preparar para as mudanças.

Hoje, os carros elétricos são uma das soluções apontadas como fundamentais para reduzir a poluição no planeta. A frota mundial de carros, vans, ônibus e caminhões elétricos ultrapassa os 20 milhões. No Brasil essa transformação é mais lenta e o número de carros eletrificados chega a 126 mil.

Também tramita na Câmara dos Deputados, Projeto de Lei determinando que, a partir de 2035, só poderão ser comercializados no país, veículos novos — nacionais ou importados — com motorização elétrica.

Os robôs são uma realidade neste novo mundo e frentistas são os principais alvos da tecnologia. Na Finlândia e na China, postos de combustíveis já operam com robôs frentistas. As empresas que desenvolveram os projetos alegam que robôs são mais rápidos no abastecimento.

Por um período conseguiremos vencer os embates, por isso temos que qualificar e estruturar os trabalhadores. É preciso olhar à frente para o criador, não se torna presa da criatura.

Mesmo com todo investimento tecnológico, o frentista, amigo do cliente, sempre fará falta, por ser prestativo, alegre, cordial e gentil. A tecnologia desenvolve até cérebro eletrônico, inteligente, mas só conseguirá fazer a máquina expressar sentimentos, através da programação.

Eusébio Luis Pinto Neto é presidente da Fenepospetro e do Sinpospetro-RJ

Clique aqui e leia mais artigos.

Acesse – https://fenepospetro.org.br/

Conteúdo Relacionado

O despertar de consciência de um povo adormecido – Eusébio Neto

Ao longo de nossa trajetória histórica, a população brasileira sempre permitiu, de maneira passiva, a exploração e o escárnio por parte da elite, denominada...

Garantir a regulação do setor elétrico no Brasil – Murilo Pinheiro

Corte orçamentário de R$ 38,6 milhões para o ano em curso prejudica funcionamento da Aneel, que anunciou a demissão de 145 funcionários e a...

Fortalecer a negociação coletiva tem futuro – Clemente Ganz Lúcio

Conquistar e proteger os salários, os direitos e as condições de trabalho é a atribuição primeira e uma atividade permanente dos sindicatos. Há no...

Menos e não mais deputados – Josinaldo José de Barros (Cabeça)

A partir da próxima legislatura, a Câmara de Deputados terá mais 18 deputados federais, subindo de 513 pra 531 o número de componentes.A próxima...

Os quatro mandamentos – João Guilherme Vargas Netto

Estes são os quatro mandamentos a serem escrupulosamente seguidos pelos dirigentes sindicais empenhados em bem cumprir suas tarefas e cujas atitudes os definem como...