A Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou documento que lista 24 razões para ir às ruas no dia 24 e apoiar as mobilizações pelo Fora, Bolsonaro. Segundo a Central, já há mais de 300 atos confirmados em todo o Brasil e em outros países.

De acordo com a CUT, o presidente Jair Bolsonaro afundou a economia, aumentou o desemprego, colocou o Brasil de volta ao mapa da fome, atacou a democracia e retirou direitos.

Veja abaixo a lista com 24 motivos para pedir o impeachment de Bolsonaro.

1 – Governo genocida e negacionista
Já são quase 550 mil mortos desde que a pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, em março passado. Bolsonaro defende até agora o tal tratamento precoce com a prescrição de remédios ineficazes, que a Organização Mundial da Saúde e diversas autoridades sanitárias garantem não funcionar. Os donos de farmacêuticas agradecem Bolsonaro e estão na linha de frente dos que defendem o seu governo. Eles lucraram até R$ 1 bilhão vendendo os remédios inúteis para a Covid-19.

Enquanto países de todo o mundo começavam a imunizar suas populações, Bolsonaro retardou a compra de vacinas, defendendo a “imunidade de rebanho” e atrasando de propósito a imunização dos brasileiros e brasileiras.

2 – Volta da inflação
Nos últimos 12 meses, a inflação chegou a 8,35%. O trabalhador perdeu poder de compra e as famílias estão cada vez mais endividadas – 69,7% das famílias iniciaram o segundo semestre de 2021 atoladas com contas. Houve alta na inadimplência.

3 – Alta nos alimentos
O brasileiro trocou a carne e o frango pelo ovo, mas ainda assim não consegue comer proteínas em quantidade suficiente. Famílias inteiras fazem filas pra ganhar um quilo de osso, em Cuiabá (MT), que é um dos Estados mais ricos do País, com a criação de gado e o agronegócio. Os preços do arroz, óleo de cozinha, entre outros, dispararam deixando o prato do brasileiro mais magro. Em 2020 tudo ficou mais caro. A carne suína subiu 29,5%; o frango (17,1%); a carne bovina (16,2%); e o ovo (11,4%).

4 – Aumento dos combustíveis, gás e contas de luz
Ao contrário do que prometeu Bolsonaro, o que se vê são reajustes atrás de reajustes. Nos últimos 12 meses a alta chegou a 43,92%. O botijão de gás já subiu 57% durante o governo Bolsonaro e chega a R$ 125,00, o que obriga muitas famílias a utilizar lenha e as consequências são desastrosas com perigo de acidentes e mortes. As contas de luz também dispararam. No mês passado, o governo reajustou a bandeira vermelha, a mais cara cobrada sobre a conta, em 20%.

5 – Brasil volta ao Mapa da Fome
O Brasil havia saído do Mapa da Fome, em 2014, no governo Dilma (PT). Com Bolsonaro, quase 50 milhões de brasileiros passam fome ou não comem o suficiente. Entre 2018 e 2020, 7,5 milhões passaram ao menos um dia inteiro sem se alimentar. Quase um quarto dos brasileiros (23,5%) passou por insegurança alimentar moderada (dificuldade e restrição no acesso a alimentos – não faz as 3 refeições por dia), entre 2018 e 2020, o que significa ao todo 49,6 milhões de pessoas. O número de pessoas em insegurança alimentar grave (7,5 milhões ) é quase o dobro do que se verificava entre 2014 e 2016.

6 – Desemprego recorde
A taxa de desemprego bate vai a 14,7% e atinge 14,8 milhões de trabalhadores. A taxa de subutilização, de 29,7%, atingiu 33,3 milhões de pessoas. A informalidade chegou a 39,8% da população ocupada, ou 34,2 milhões de trabalhadores fazendo bicos para sobreviver. A taxa de desalentados – pessoas que já desistiram de procurar emprego – atingiu 6 milhões de trabalhadores no trimestre encerrado em abril.

7 – Corte no Auxílio Emergencial
Bolsonaro reduziu a quantidade de pessoas com direito ao Emergencial e arrochou o benefício. Passaram a receber apenas pessoas que moram sozinhas (R$ 150,00), mulheres chefes de família (R$ 375,00) e famílias com mais de duas pessoas (R$ 250,00). Antes, os valores eram de R$ 600,00 e de R$ 1.200,00 para mães solo.

8 – Fim da Valorização do Salário Mínimo
Bolsonaro acaba com a Política de Valorização Mínimo, criada por Lula em 2003. Aposentados e pensionistas não terão mais aumento real. Neste ano, o Piso nacional (R$ 1.100,00) ficou abaixo da inflação – reajuste de 5,26%, enquanto o INPC foi de 5,45%. O reajuste previsto pra 2022 é de 4,3% sobre o valor atual, mais de duas vezes menor do que o INPC acumulado – que está em 9,22%.

9 – Corrupção na Saúde
As denúncias de compra de vacinas Covaxin e Astrazeneca, em que funcionários e militares no Ministério da Saúde pediram propina pra negociar a compra, mostram casos de corrupção dentro do governo. Bolsonaro foi alertado e nada fez. Prova disso que é a Polícia Federal investiga, por ordem do Supremo Tribunal Federal, se Bolsonaro prevaricou no caso da Covaxin.

10 – Rachadinhas da família Bolsonaro
Além do senador, Flávio Bolsonaro, acusado de promover a rachadinha em seu gabinete quando deputado no Rio de Janeiro, agora é o próprio presidente da República que é denunciado pela prática de pedir devolução de parte de salários dos seus assessores, quando deputado federal. Gravações divulgadas pelo UOL revelam que ele participava diretamente do esquema ilegal de rachadinha ,de 1991 a 2018.

11- Reforma da Previdência
A reforma, em 2019, aumentou o tempo de contribuição; reduziu o valor a ser recebido; viúvas só receberão 60% do benefício; obrigou a uma idade mínima de 62 anos para as mulheres e 65 anos para os homens, e determinou que o teto seja pago somente após 40 anos de contribuição.

12 – Destruição do Meio Ambiente
O desmatamento na Amazônia cresceu 70% no governo Bolsonaro. Já em 2020 os focos de incêndio aumentaram 30% – maior número de queimadas em uma década. O ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, está sendo investigado pela Polícia Federal por favorecer madeireiros a exportar madeira ilegal da Amazônia. Ele só foi demitido por pressão de ambientalistas.

13 – Cortes no SUS e na Educação
O Orçamento da União para o ano que vem, apresentado e aprovado pelo Congresso Nacional, corta até R$ 36 bilhões da saúde. O Ministério da Educação teve R$ 2,7 bilhões bloqueados no orçamento.

14 – Carteira Verde e Amarela e o fim vale-refeição
A Carteira Verde e Amarela prevê a contratação de jovens de 19 a 29 anos e pessoas maiores de 55 anos com menos direitos e FGTS menor. A medida pode fazer com que empresas troquem os trabalhadores que ganham melhores salários por outros com menor ganho. Outra maldade acaba com a isenção tributária de empresas que pagam vales refeição e alimentação, o que pode pôr fim ao benefício que atende 22,3 milhões de trabalhadores.

15 – Reforma Administrativa (PEC 32)
Acaba com a estabilidade do Servidor público que ficará à mercê do governo de plantão, o que pode aumentar os casos de corrupção. A proposta do governo é o desmonte do serviço público pra poder passar à iniciativa privada tudo que hoje é gratuito, como educação, saúde, previdência, segurança, as estatais e os órgãos que fiscalizam o próprio governo.

16 – Desmonte do INSS
A fila de espera dos benefícios no INSS chega a quase 2 milhões, mas o governo não repõe quase a metade dos servidores do órgão que se aposentaram nos últimos anos. Dez mil trabalhadores, entre servidores públicos e terceirizados, pediram demissão ou se aposentaram e não foram substituídos porque não há concurso público. O quadro de pessoal caiu de 33 mil para 23 mil nos últimos cinco anos. Em compensação, o governo contratou três mil militares (sua base de apoio) para o INSS, que hoje cumprem funções de estagiários.

17 – Privatização da Eletrobras
A venda da Eletrobras deve prejudicar 99% da população brasileira que é consumidora de energia elétrica. A projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica é de que as contas de luz subam entre 16% a 17%. Apesar da empresa ser lucrativa ( R$ 6,4 bilhões) , o Congresso aprovou a Medida Provisória de Bolsonaro de privatização da estatal.

18 – Privatização do saneamento
O serviço ruim e caro praticado por empresas de saneamento fez pelo menos 158 cidades do mundo a estatizar novamente os serviços de saneamento, antes privatizados. Ainda assim, Bolsonaro, sancionou a lei que facilita a privatização do setor. As consequências para a população serão tarifas mais caras, menos investimento em tratamento de esgotos, mais desperdício de água e aumento de doenças decorrentes da falta de saneamento.

19 – Ataques à democracia
Bolsonaro vem afirma que eleições de 2018 teriam sido fraudadas. Entretanto, não apresenta provas. Ele questiona as urnas eletrônicas em contraponto à segurança do sistema atestada pelo Tribunal Superior Eleitoral que lacra urnas e realiza uma série de conferências abertas à sociedade.

Em outubro de 2019, Bolsonaro publicou vídeo em que se comparava a um leão cercado por hienas representadas por partidos políticos de oposição, a CUT, a CNBB e o Supremo. Antes, seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, disse que bastaria um cabo e um soldado pra fechar o Supremo.

20 – Militarização do governo
Além da contratação de três mil militares para o INSS, o governo Bolsonaro é o que mais tem representantes das Forças Armadas em cargos públicos. Até o ano passado eram 6.157 militares (+ 108% entre 2016 e 2020). As Forças Armadas são também o grupo com maior presença na esplanada ministerial: até o final de 2020 esse segmento ocupou 10 ministérios.

21- Voto impresso
Bolsonaro usa a defesa do voto impresso como estratégia para se manter no poder, dizendo que as urnas eletrônicas não são confiáveis. Mentira, porque urnas eletrônicas são passíveis de auditoria. Ele quer que os números que cada eleitor digita na urna eletrônica sejam impressos e que os papéis sejam depositados numa urna de acrílico, para que em caso de denúncia de fraude, os votos possam apurados manualmente. Sem comprovar que as urnas eletrônicas são passíveis de fraude, Bolsonaro ameaça a democracia, dizendo que as eleições presidenciais do próximo ano podem não ser realizadas e que se este tipo de votação for mantida.

22 – Ataques à cultura
A lista de ataques ao setor cultura por Bolsonaro é imensa. Usando o fundamentalismo religioso e discurso moral como justificativa, ele acabou com o Ministério da Cultura; mentiu ao dizer que Lei Rouanet transferia recursos diretamente aos artistas, quando, na verdade, o programa concede isenção fiscal para empresas que patrocinem projetos.

Em seu primeiro ano deixou de investir mais de R$ 700 milhões no setor de audiovisual. Suspendeu um edital da Ancine para séries que seriam exibidas na TV pública. Fez a da Caixa Cultural, o Banco do Brasil e a Petrobras cancelar e censurar eventos, além de suspender pagamentos (Petrobras) de obras que abordam a questão de gênero ou o autoritarismo.

23 – Ataques racistas
Bolsonaro perguntou, dia 8 deste mês, a um apoiador como estava a “criação de baratas ” ao apontar para o cabelo do rapaz, sugerindo que o homem tomasse invermectina, para acabar com possíveis vermes. Bolsonaro em resposta à cantora Preta Gil, em 2011, disse que “ educou bem” os seus filhos e por isso, eles jamais namorariam uma mulher preta.

Outro ataque ocorreu no Rio de Janeiro, em 2017. Bolsonaro disse que foi a uma quilombola, em Eldorado. Afirmou: “Olha, o afrodescendente mais leve lá pesava 7 arrobas. Não fazem nada. Acho que nem para procriador ele serve mais”. Por esta fala ele foi condenado pela Justiça a pagar R$ 50 mil.

Em 2015, afirmou a um jornal que imigrantes e refugiados vindos da África seriam a “escória do mundo”. Ele também disse que jamais “entraria em um avião pilotado por um cotista, nem aceitaria ser operado por um médico cotista”.

Bolsonaro ofendeu os indígenas ao dizer: “Com toda a certeza, o índio mudou. Cada vez mais o índio é um ser humano igual a nós”. Também atacou a jornalista Thais Oyama, brasileira, descendente de japoneses, ao afirmar que “no Japão, ela morreria de fome com jornalismo”. Etc.

24 – Misógino e homofóbico
Bolsonaro costuma ofender jornalistas mulheres em suas entrevistas; disse que sua filha foi uma ‘fraquejada’ após ter quatro filhos; em 2014, disse à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) que não a estupraria porque ela era feia. Foi condenado a pagar indenização por danos morais.

Em 2016, durante entrevista ao programa de Luciana Gimenez, na RedeTV, ele disse que não empregaria homens e mulheres com o mesmo salário. “Mas tem muita mulher que é competente”, completou.

Em ataques à comunidade LBGT, afirmou : “Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. O Brasil não pode ser um país de turismo gay”. Etc.

MAIS – www.cut.org.br.