A pandemia agravou a distância entre mulheres e homens no mercado de trabalho, mostra levantamento do Dieese. A mulher segue ganhando menos, mesmo quando ocupa cargos de gerência e direção ou tendo igual escolaridade. O Dieese compara dados dos terceiros trimestres de 2019 e de 2020, por Região.
O estudo revela que uma grande parcela perdeu ocupação na pandemia. No período apurado, o contingente fora da força de trabalho aumentou em 8,6 milhões; já a ocupação feminina diminuiu 5,7 milhões e mais 504 mil passaram a ser desempregadas, segundo dados da PNADC. Já o grupo de trabalhadoras informais, exceto empregado doméstico, caiu de 13,5 milhões pra 10,5 milhões, ou seja, houve perda de trabalho e a renda.
Segundo Patrícia Costa, supervisora de pesquisas do Dieese, a doméstica foi quem mais sentiu o efeito da pandemia na sua ocupação. Ela avalia: “Quase 1,6 milhão delas perderam o emprego. Destas, 400 mil tinham Carteira assinada e 1,2 milhão não tinham vinculo empregatício. Ou seja, eram diaristas; não ganham se não trabalham”.
Salários – Persistem as diferenças salariais entre homens e mulheres. No Brasil, a média é de R$ 503,00. Em alguns Estados, como o RS, essa diferença chega a R$ 931,00.
Para Katia Rodrigues, diretora de Assuntos da Mulher e Juventude da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, a pandemia agravou um quadro denunciado há décadas, seja pela desigualdade salarial, condições de trabalho ou desemprego.
Política – Vice dos Metalúrgicos de Osasco e secretária de Políticas para Mulheres no município, Mônica Veloso aponta que o País registra desigualdade em todos os segmentos. “O Brasil é um dos piores na paridade de gênero. De 11 países latinos, ocupamos o nono lugar. Não vemos representatividade das mulheres nos espaços de poder”, lamenta.
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