A Petrobras anunciou nesta terça (28) que o litro do diesel passa por reajuste de 8,89%. Agora, o combustível passa de R$ 2,81 a R$ 3,06 o litro. Esse valor será praticado para as distribuidoras a partir desta quarta (29).
Para o consumidor, o valor pago na bomba também ficará maior. Desse preço praticado, cerca de R$ 2,70 será repassado à estatal. Esse reajuste chega após 85 dias de estabilidade.
Segundo o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, o papel de zelar pelos preços dos combustíveis é do governo federal e dos ministérios de Minas e Energia, da Economia e da Casa Civil.
Influências – Para o economista responsável pela subseção do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, Rodolfo Viana, essa alta no diesel também poderá ser refletida em toda a cadeia produtiva.
“Os preços dos alimentos deverão sofrer aumento. O preço do diesel deverá contribuir mais pra isso”, avalia Rodolfo. Na visão do economista, os produtos dos supermercados ainda sofrem influência de outros fatores para aumentar o valor praticado com o consumidor.
“O desmantelamento da política nacional de abastecimento, o descontrole do câmbio, a falta de crédito ao pequeno agricultor, ausência de política que priorize o mercado interno. Tudo isso também afeta os valores dos alimentos”, destaca o economista.
Já no setor metalúrgico, explica Rodolfo, essa alta no valor do diesel também poderá impactar negativamente. “As mercadorias são transportadas, em sua maioria, por caminhão. Isso deverá ter repasse. O setor produtivo já deve ser bem atingido com os aumentos da energia elétrica. E isso agora vem somar”, ressalta.
Empregos – Tantas altas assim fazem o empresário contratar menos. É o que acredita Rodolfo Viana. “A renda vai sendo ‘comida’ pelo aumento do preço. E, ao invés de consumirmos mais produtos e isso demandar mais produção e emprego, o efeito deverá ser o contrário”, conclui o economista do Dieese.
MAIS – Acesse o site do Dieese.