O governo nada tem feito pra controlar a inflação. A cesta básica, segundo pesquisa do Dieese, subiu 14,3% em 12 meses. A inflação geral, de maio passado a junho deste ano, bate em 8,9%.

Pra agravar o quadro, vem agora o reajuste na bandeira vermelha patamar 2, oficializado nesta terça (29). A cobrança adicional deve ser aplicada entre julho e novembro.

Segundo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, o Brasil vive um momento de crise hídrica e isso aumenta o custo na produção de energia.

O valor da bandeira vermelha 2, de R$ 6,24 pra cada 100 kWh consumido, sobe pra R$ 9,49. Aumento de 52%.

Dieese – A Agência Sindical ouviu Rodolfo Viana, economista responsável pela subseção do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região.

Ele alerta que haverá impacto para o trabalhador. “Quando chegar a conta, o consumidor vai sentir no bolso. E também pode ser afetado indiretamente, pois as empresas devem repassar o aumento para o preço de seus produtos”, afirma.

No entendimento do economista, o repasse é quase automático. “De maneira geral, as empresas têm sofrido aumento de matéria prima, o que eleva custos na produção. Penso que ficará cada vez mais difícil segurar e não repassar esse aumento ao consumidor”, explica.

Inflação – Além de pesar na conta de luz, a medida do governo terá reflexos inflacionários. “A inflação já se acelera desde o ano passado, o que, inclusive, dificulta a recomposição salarial. Esse aumento na tarifa deve pressionar o índice de inflação”, prevê Rodolfo Viana.