Pedro Afonso Gomes é economista e preside o Corecon-SP – Conselho Regional de Economia do Estado de São Paulo. Ele não se alinha à grita do rentismo. Portanto, Pedro critica a recente elevação de 0,25% na taxa Selic, pelo Banco Central.
O dirigente falou com exclusividade à Agência Sindical. Principais trechos:
Economia e inflação – “País está crescendo, com inflação sob controle e dentro da meta. Veja o caso do IPCA da primeira quinzena de setembro. Muitos analistas projetavam 0,28%. Mas acabou ficando em 0,13%”. Em agosto, no mesmo período, IPCA foi de 0,19%.
Pregação – “Economistas mais ligados ao capital financeiro, porém sem muita relação com a economia real, ficaram durante semanas pregando a elevação da Selic. A grande mídia repercutiu esse discurso e, depois, aplaudiu o aumento na taxa básica de juros”.
Custo Brasil IPP – “Eu observo o Índice de Preços ao Produtor, que vem mostrando estabilidade ou mesmo queda. A redução de preços na indústria nem sempre é sentida de prontidão. Mas ela acaba sentida pelo consumidor, algumas semanas depois da queda. O aumento na produção traz ganhos de escala. Isso resulta em baixa de custos da própria produção, da hora-máquina e da logística”.
Sangria – “Essa elevação de 0,25%, puxando a Selic pra 10,75%, custará R$ 25 bilhões num ano aos cofres nacionais. É dinheiro suficiente pra zerar o déficit na saúde”.
Reflexos – “Na prática, quando a Selic está, digamos, 0,25% mais barata, em um ano a taxa de juros acumula queda de no máximo 5%. Ou seja, mesmo na queda, o mercado financeiro consegue manter quase intacto seu ganho. Esse mercado absorve eventual baixa nos juros, sem, no entanto, beneficiar o crédito”.
Tendência – “Inflação ficará na meta ou até abaixo. Aliás, isso consta da própria ata da reunião do Copom que elevou a Selic”.
MAIS – Site do Corecon-SP.