O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quarta (23) o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). A inflação registrada subiu 0,99% em fevereiro e foi a maior variação para o mês desde 2016, quando registrou 1,42%. No acumulado para 12 meses, o resultado é de 10,76%.

De acordo com o IBGE, oito dos nove grupos pesquisados tiveram alta. Apenas Saúde e Cuidados Pessoais registrou variação negativa de -0,02%. Essa movimentação é explicada a partir da queda nos preços médios dos planos de saúde e itens de higiene, apesar da alta nos produtos farmacêuticos.

A maior alta foi registrada no grupo da Educação, que subiu 5,64%. Esse resultado é reflexo para o aumento de 6,69% de aumento nas mensalidades dos cursos regulares, 8,03% no ensino fundamental, 7,55% na pré-escola e 7,46% no ensino médio.

Alimentos – O terror do trabalhador brasileiro hoje é o gasto com alimentação. A inflação atinge em cheio o preço dos alimentos. Nesse grupo, o IPCA-15 aponta aumento de 1,20%. Alguns produtos tiveram altas abusivas, bem acima dos índices inflacionários, como a cenoura (49,31%) e a batata inglesa (20,15%).

Segundo a supervisora de pesquisas do Dieese, Patrícia Costa, o aumento dos combustíveis é um dos principais vilões para as seguidas altas nos alimentos. Ela diz: “O combustível encarece o alimento. Com o combustível mais caro, a distribuição é menor”.

Ela explica que, conforme o preço do diesel sobe, por exemplo, o custo para levar os alimentos para todas as regiões do País também aumenta. E o resultado é o mesmo observado tanto pelo IPCA-15 como pela Pesquisa Mensal da Cesta Básica do Dieese.

“Os resultados do IPCA corroboram o da Pesquisa da Cesta Básica. Em janeiro, os alimentos voltaram a subir. O principal produto foi o café, tanto na Cesta quanto IPCA, que acumula alta expressiva. Ele chegou a ter aumento de 58% em 12 meses”, afirma Patrícia Costa.

Além disso, conforme a produção diminui e a demanda cai, a tendência é de aumentar o preço e, muitas vezes, para além da inflação. “As commodities influenciam muito. E internamente, a oferta é menor e o preço, maior”, conclui a supervisora de pesquisas do Dieese.

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