O fim do Auxílio Emergencial no final de 2020 impôs a grande parte dos trabalhadores a nova realidade de sobreviver à pandemia sem trabalho, renda e sem ajuda dos governos para garantir o mínimo, como a alimentação para a família.
Se no meio urbano isso é facilmente identificado, em áreas rurais não é diferente. O presidente da Contag – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Aristides Santos, denuncia as dificuldades no campo com o fim do Emergencial. Ele diz: “Temos milhares de trabalhadores rurais, agricultores e famílias agricultoras que não conseguem vender a sua produção na pandemia”.
Só na agricultura familiar, segundo a Contag, são 1,7 milhão de famílias ocupadas diretamente e 6,8 milhões de pessoas, indiretamente. A Contar – Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assariadas Rurais contabiliza mais 2,4 milhões de trabalhadores sem registro em carteira.
Aristides diz: “Temos milhares de trabalhadores de outras categorias também impactados com diminuição da renda, desemprego e outras dificuldades. Por isso, defendemos a prorrogação do Auxílio Emergencial de R$ 600,00. É uma política fundamental para a garantia da soberania e segurança alimentar da população brasileira”.
Piora – O fim do pagamento do benefício fez as organizações que integram a Campanha Renda Básica que Queremos reforçarem amplamente a necessidade do benefício mensal no valor de R$ 600,00 enquanto durar a pandemia.
José Antônio Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), reforça a importância de ser prorrogado o Auxílio Emergencial. Ele alerta, porém, que o compromisso do governo e da maioria dos congressistas não é com a vida do povo.
Moroni diz: “Querem um benefício de no máximo quatro meses, no valor de até R$ 250,00 mensais e com mudanças nos critérios de acesso, como rebaixar o corte pra entrar no programa, passando de três salários mínimos de renda familiar para um salário mínimo. Isso deixaria muita gente de fora.”
Mais – Acesse o site da Contag.