Em janeiro de 2022, a inflação registrada foi a maior dos últimos seis anos. A alta de preços nos produtos básicos como gás de cozinha, energia e alimentos, não baixaram. Pelo contrário, subiram. E isso impacta mais nas famílias pobres.

Segundo dados do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o indicador Inflação por Faixa de Renda mostra que o custo de vida dos mais pobres, nos últimos 12 meses, subiu 10,5%, enquanto para as famílias de classe mais alta tiveram um custo de vida 9,6% maior.

O Instituto considera renda alta para famílias que têm receita superior a R$ 16.509,66 por mês. Já os que têm recebem até R$ 1.650,50, são considerados como muito baixa renda.

Explicação – De acordo com o Ipea, os pobres sentem mais a inflação porque os produtos básicos não podem ser substituídos. É o caso da energia, água e gás de cozinha.

Para Adriana Marcolino, técnica do Dieese, o reflexo do aumento nos preços desses itens básicos ataca diretamente os mais pobres. “Ninguém pode trocar a empresa que fornece energia e água da sua casa, nem deve substituir o gás por querosene ou álcool. Com a alta desses produtos e dos alimentos, o poder de compra dos pobres cai. Já as classes altas não sentem tanto esses reajustes”, afirma Adriana.

“Quem ganha um salário mínimo compromete 10% ou mais de sua renda num botijão de gás. Quem ganha R$ 12 mil, compromete apenas 1% do seu orçamento”, ela explica.

MAIS – Clique aqui e acesse a pesquisa completa do Ipea.