A Agência Sindical ouviu nesta quinta (2) o presidente dos Metalúrgicos de São Paulo e da Força Sindical Nacional, Miguel Torres. Ele falou sobre a conquista na noite de quarta (1º), quando a Câmara dos Deputados aprovou, de maneira unânime, o Projeto de Lei 1.087/2025, do Presidente Lula, que altera faixas do Imposto de Renda sobre os salários.
O texto, que recebeu 493 votos favoráveis dos deputados, garante isenção do IR para salários até R$ 5 mil e dá descontos a quem ganha até R$ 7.350,00, beneficiando 15 milhões de brasileiros. Na outra ponta, a Câmara ampliou a incidência do Imposto de Renda nos setores mais ricos, com alíquota efetiva de até 10% – medida abrangerá 140 mil pessoas.
Miguel Torres diz: “Mais uma vez, está provado que a luta faz a lei”. Além de reafirmar seu bordão habitual, o presidente da Força Sindical se referia às duas grandes manifestações populares recentes, ou seja, em 7 de Setembro e no dia 21, quando houve atos e protestos em todo o País.
O dirigente da Força atribui os avanços alusivos ao Imposto de Renda à persistente ação sindical, iniciada na Conclat de abril de 2022. Os fatos ocorreram nessa sequência: dia 7 de abril, grande encontro sindical (Conclat) em São Paulo, aprovando-se a Pauta Unitária da Classe Trabalhadora. Dia 14 do mesmo mês, plenária na Casa de Portugal, em SP, quando as Centrais entregaram ao então candidato Lula a Pauta recém-aprovada.
Nesses mais de três anos, o sindicalismo pôs em marcha um intenso movimento de informar as bases, massificar a Pauta Unitária junto à sociedade e dialogar permanentemente com as forças políticas e o governo, sempre buscando o atendimento às reivindicações.
Miguel confidencia que ontem era seu aniversário, cuja comemoração teve de ser adiada em função das negociações na Câmara e para acompanhar a votação do PL, que, após negociações intensas, terminou por volta das 23 horas.
Na sua base, ou seja, metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, Miguel Torres calcula que a economia resultante do não-desconto do Imposto de Renda vai ficar em torno do valor de um salário. “Na prática, calculo que teremos um 14º salário”. Em Guarulhos, o Sindicato dos Metalúrgicos faz cálculo semelhante.
A atuação sindical em busca da isenção foi contínua e ampla. O movimento conversou com todas as correntes políticas representadas no Congresso, tratando do IR, mas também de outros pontos da Pauta Unitária, como a valorização das negociações coletivas. No próprio dia da votação, o movimento sindical e entidades populares reuniram-se com Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara.
Para Miguel, a vitória do pleito do não-desconto do IR até R$ 5 mil mostra um sindicalismo atuante e capaz de ampliar o protagonismo nas matérias de interesse dos trabalhadores. “Trabalhamos, debatemos, dialogamos, fomos às ruas, fizemos a pressão cabível e deu certo”, ele diz.
O presidente da Força Sindical também ressalta a pujança da democracia brasileira. “De abril de 2022 para cá, o sindicalismo esteve junto aos poderes da República, atuando em defesa da democracia e das nossas demandas. As instituições brasileiras mostraram força e equilíbrio. Ou seja, prevaleceu a normalidade democrática, desautorizando arroubos autoritários ou golpistas”.
Bases – Segundo Miguel, nesse primeiro momento, cada entidade deve repercutir junto às suas bases a vitória obtida na Câmara dia 1º. Ele pondera que o Fórum das Centrais poderá também tomar iniciativas de massificação da conquista. Para o sindicalista, “a luta que faz a lei” não para nem pode parar.
MAIS – Sites da Força Sindical e dos Metalúrgicos de SP.




