O Gás Natural Veicular (GNV) atrai muitos motoristas, especialmente taxistas e outros que utilizem cotidianamente seus veículos. Seu grande apelo é o custo, bem abaixo do etanol e da gasolina.
Mas, atenção: tem muitas pedras nesse caminho, ou seja, entre você tomar a decisão de abastecer seu veículo, ir ao posto e sair de lá com os cilindros cheios.
Quem esclarece a esse respeito é um frentista. Mais exatamente Eusébio Luis Pinto Neto, que preside a Federação Nacional da categoria (Fenepospetro) e o Sindicato do Estado do Rio (Sinpospetro RJ). Ele conversou com João Franzin, jornalista da Agência Sindical.
PRINCIPAIS TRECHOS:
Risco – Todo combustível traz riscos em seu manuseio. Porém, o GNV é o mais perigoso e por isso são recorrentes as notícias de explosão, com perdas materiais, ferimentos ou mesmo mortes.
Razões – São muitas as causas, mas a investigação de um acidente deve se concentrar nos cilindros instalados dentro do carro ou nas próprias instalações do posto.
Rio de Janeiro – É o Estado com o maior número de veículos adaptados para o gás. Tem muito veículo que circula de forma clandestina com os cilindros do GNV. Ocorre que apenas uma parte é aferida pelo Inmetro. Boa parte, porém, são cilindros inadequados, em mal estado de conservação. Eu digo que são bombas ambulantes.
Mortes – Recentemente aconteceram duas grandes explosões no Rio de Janeiro. Uma delas, no Centro da cidade, matando duas pessoas: o frentista que abastecia e o condutor do veículo. Por isso, a norma de segurança manda o motorista sair do carro, seja na hora de abastecer com etanol, gasolina ou com o GNV, que é o mais perigoso.
Fiscalização – O Estado não dispõe de fiscais em número suficiente pra fazer a inspeção. Isso exigiria muita gente. Mas se pode fazer uma campanha de conscientização e educativa.
Frentista – O companheiro está sempre em risco, porque ele não tem como saber as condições do veículo adaptado para o GNV. O frentista não tem como avaliar as condições técnicas dos cilindros. Também não pode entrar no carro, porque se trata de propriedade particular.
Traumas – Todo acidente gera trauma. Imagine você as condições emocionais do trabalhador que vê seu colega ferido ou mesmo assiste à sua morte de um companheiro numa explosão. Imagine a família do trabalhador morto ou que sofreu ferimentos graves.
Responsabilidades – Acredito que todos têm maior ou menor responsabilidade. O trabalhador tem o direito de recusar tarefas que coloquem sua vida em risco. O dono do posto responde por tudo o que ocorre no seu estabelecimento – deve, por isso, ser mais atento à segurança. Os órgãos pública precisam entender que o GNV, quando explode, vira um problema de segurança pública.
Campanha – Nossa Federação tem publicado matérias, vídeos e cards a esse respeito. Mas nós vamos intensificar a campanha, porque o GNV requer mais cuidados por parte de todos.
Sindicatos – Queremos engajar todos os Sindicatos da categoria, no País inteiro, nessa luta por segurança na hora de lidar com o Gás Natural Veicular. A campanha tem que ser de Norte a Sul, de Leste a Oeste.
Denúncia – O frentista e a frentista devem observar bem as condições do posto e não aceitar correr riscos desnecessários. O companheiro e a companheira devem denunciar a seu Sindicato, que terá todo o apoio.
ENTREVISTA – Clique aqui e assista à entrevista com Eusébio.
MAIS – Sites da Fenepospetro e do Sinpospetro-RJ.