Para vencer uma batalha é preciso mobilização e união. Não é possível obter melhorias salariais e novos benefícios negociando sozinho com o patrão. A política escravagista do capital incentiva a individualização para enfraquecer o trabalho assalariado, reduzir o preço pago pela mão de obra e aumentar os lucros. Enquanto as forças conservadoras se articulam, o trabalhador, enganado pelas campanhas cujo objetivo é desqualificar o movimento sindical, se afasta da sua entidade de classe.
O sucesso da negociação salarial depende do engajamento e apoio da categoria ao sindicato. A sindicalização reforça as ações da entidade de classe que lutam por direitos, mais dignidade e redução das desigualdades sociais.
O sindicato é o único meio de proteção e combate aos abusos das injustas relações patronais. Sem a consciência da necessidade de se filiar a um sindicato, o trabalhador perde o foco de sua existência.
No ano passado, nove em cada dez acordos salariais tiveram reajuste com ganho real. Contudo, o reajuste salarial superior à inflação não trouxe melhorias para os trabalhadores de postos de combustíveis e de lojas de conveniência do município do Rio de Janeiro. O aumento não atendeu às nossas necessidades e ficou aquém do que entregamos aos patrões em termos de lucros. Com o reajuste do salário mínimo em janeiro de 2025, o nosso piso ficou defasado, inferior ao piso nacional. Isso é inadmissível!
Embora a negociação tenha iniciado em fevereiro, até o momento, os patrões não apresentaram nenhuma contraproposta. A intransigência e o descaso dos patrões divergem do cenário econômico atual do país.
O Brasil bateu recordes históricos referentes ao desempenho do setor energético em 2024. O país atingiu números inéditos em termos de produção e venda de combustíveis e biocombustíveis. Além do bom desempenho do setor, o mercado de trabalho está em franca expansão, devido à escassez de mão de obra em diversos setores e ao aumento de pedidos de demissões.
O setor de petróleo é altamente lucrativo e o frentista, que está no final da cadeia produtiva, deve ser tratado com respeito. A nossa simpatia fideliza o cliente e aumenta os lucros das empresas. O trabalhador precisa demonstrar a sua indignação com os baixos salários.
A diretoria do Sinpospetro-RJ se reunirá novamente com o sindicato patronal nesta semana. Uma andorinha sozinha não faz verão, logo, a conquista de um aumento significativo no salário e no ticket alimentação depende da participação da categoria. O trabalhador deve aderir a esta luta, que não termina com a conclusão da negociação salarial.
A defesa dos direitos trabalhistas depende de recursos financeiros. A luta entre o capital e os trabalhadores será sempre desigual. Somente através da conscientização e valorização da mão de obra será possível despertar no trabalhador o direito de ser representado por seus colegas de profissão, que compreendem as suas dificuldades e os seus anseios.
Por Eusébio Pinto Neto,
Presidente do Sinpospetro-RJ e da Federação Nacional dos Frentistas