17.1 C
São Paulo
sexta-feira, 26/07/2024

Mortos, feridos e dúvidas em acidente na fábrica de Cabreúva

Data:

Compartilhe:

Ontem, dia 4, a Agência Sindical entrevistou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Itu e Região. A entidade representa a base de Cabreúva, onde, na sexta, ocorreu explosão em fábrica, deixando mortos e feridos com queimaduras graves. O presidente é Manoel Neres de Souza, operador de máquinas.

“O nome do proprietário da empresa eu não sei, pois sempre tratei com o gerente Mauro ou o Supervisor de Segurança”, conta. Presidente e gerente conversaram logo depois da explosão, que a imprensa noticiou ser em caldeira, mas Manoel afirma que é num forno.

A empresa é a Tex Tarugos para Extrusão, cujo histórico é bem ruim. Ela teve a licença de operação negada pela Cetesb. A rigor, não poderia estar funcionando. A Tex não atendeu às exigências do órgão durante o processo de licenciamento ambiental. Segundo a Cetesb, empresa já foi multada duas vezes, “por funcionamento irregular e ampliação”.

O prefeito foi ao local do acidente. Manoel, presidente do Sindicato, também. De acordo com o sindicalista, “nas vezes em que estivemos na empresa, pareceu que os empregados usavam EPI”. Sobre a Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), afirma: “A papelada no Sindicato indica que funcionava”.

Tex – Empresa recicla e funde alumínio, transformando em tarugos, diz o sindicalista. Fato que, segundo ele, “requer altas temperaturas”. Manoel explica que a fundição era feita em fornos, um dos quais teria explodido.

A empresa fica em Cabreúva, com 47 mil habitantes. O atendimento às vítimas foi feito por Samu e também o Corpo de Bombeiros. Dos socorridos, sete, em estado grave, foram levados a hospitais mais bem equipados. Manoel fala em 11 feridos graves. A Polícia Civil interditou o local, porém, antes houve fiscalização por Agentes do Ministério do Trabalho. O ministro Marinho não fez contato. “Mas telefonou o Douglas, do Ministério”, diz o presidente.

Não havia menores trabalhando. O presidente Manoel Neres de Souza informa que os empregados recebem adicional de insalubridade. Havia negociação com a empresa acerca de eventual terceiro turno “e implantação da jornada 12 por 36”, conta o dirigente.

O Sindicato desconhe emissão de CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho – pela empresa. O prazo pra homologações é de 10 dias – “serão feitas no Sindicato”, assegura o presidente. Agentes do Ministério – unidade de Sorocaba – visitaram o local do acidente. O Sindicato também mobilizou o Cerest de Indaiatuba.

Filiado à CUT, o Sindicato tem 23.600 na base. Entidades sindicais da região se prontificaram a ajudar as vítimas. “Nosso Jurídico está à disposição de trabalhadores e parentes das vítimas”, diz Manoel. “Mas precisaremos ter os laudos pra atuar de modo mais efetivo”, observa.

MAISwww.metalurgicosdeitu.com.br

Conteúdo Relacionado

Caixa libera abono do PIS/Pasep para nascidos em setembro e outubro

Cerca de 4,24 milhões de trabalhadores com carteira assinada nascidos em setembro e outubro podem sacar, a partir desta segunda-feira (15), o valor do...

Empresas do Setor Químico tem até dia 31 para pagar PLR

Por força de Convenção Coletiva da categoria, empresa que opta pelo pagamento único da PLR (Participação nos Lucros e/ou Resultados) tem até 31 de...

SindForte cobra negociação

O segmento do transporte de valores no Estado de São Paulo está em campanha salarial. A pauta de reivindicações foi eleita após ampla participação...

Sequência de aumentos reais prossegue

Mantém-se alta a tendência de aumentos reais de salário nas negociações coletivas. Os dados vêm do Dieese por meio do Boletim “De Olho nas...

Greve vitoriosa aumenta salário para frentistas de Goiás

Vitória para os frentistas de Goiás. Após 15 dias de greve, com ampla participação da categoria, o Sinpospetro-GO assinou a Convenção Coletiva de 2024....