Mais de 4 mil companheiros e companheiras de todas as garagens atenderam ao chamamento da direção do SMTTRUSP (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) e participaram da Assembleia Geral, nesta segunda-feira (03), em frente a Prefeitura Municipal, onde aprovaram por unanimidade a advertência de Greve Geral na próxima sexta-feira (07) a partir da zero hora em todas as garagens do sistema.
A medida foi tomada em virtude do impasse estabelecido pelo setor patronal nas negociações. “Estamos faz 45 dias tentando o caminho do diálogo para resolver esta questão, e tudo o que os patrões ofereceram foram pautas sem impacto econômico. Reajuste e outros benefícios importantes sequer foram discutidos”, criticou o presidente Edivaldo Santiago.
A direção do Sindicato pede reajuste de 3,69% pelo IPCA-IBGE mais 5% de aumento real e reposição das perdas salariais na pandemia na ordem de 2,46%, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Os patrões acenaram com apenas 2,77% e composição da diferença pelo Salariômetro (índice medido pela FIPE) em setembro, que já foi rejeitada em assembleia.
Outras reivindicações não tiveram nenhuma contraproposta por parte do setor patronal. Entre elas estão Participação nos Lucros e Resultados (PLR), reajuste do ticket para 38 reais, cesta básica com produtos de qualidade e fim do termo SIMILAR, reajuste de 17% no seguro de vida e cobertura de 10 salários mínimos em respeito a lei 12.619 (lei do motorista), melhoria nos convênios médico e odontológico, jornada de trabalho de 7 horas efetivamente trabalhadas (6h30 mais 30 minutos de descanso e refeição) ou 6 horas trabalhadas e 1 hora remunerada, auxílio funeral com revisão dos valores e cartão para uso em necessidade.
Contraproposta, virá?!
A entidade vai publicar o edital de convocação da Greve Geral e divulgá-lo, na terça-feira (04), em jornal de grande circulação, e fará comunicação por ofício à prefeitura, SPTRANS e demais órgãos sobre a decisão soberana dos trabalhadores.
Nestas 72 horas antes da deflagração do movimento paredista nas garagens, a direção do SMTTRUSP aguardará um posicionamento efetivo do setor patronal para uma vez mais reabrir as negociações e chegar a um acordo para a categoria, que faz mais de 04 anos que sofre com perdas em seus benefícios.
Reunião com secretário-adjunto da Casa Civil
Logo após a assembleia geral, representantes da diretoria do Sindicato se reuniram com o secretário-adjunto da Casa Civil da prefeitura, Milton Alves, e o vereador Nunes Peixeiro, onde expuseram as dificuldades nas negociações. O secretário, pessoalmente, se comprometeu a discutir a questão das multas do RESAM junto à SPTRANS no sentido de achar uma solução que pare de prejudicar os trabalhadores com excesso de infrações.
Grande plenária no Sindicato
Nesta terça-feira (04), a partir das 14 horas, membros da diretoria, representantes da comissão de negociação, delegados e lideranças se reunirão no auditório do SMTTRUSP para fazer mais uma rodada de avaliação das lutas, organização para a greve e mobilização dos trabalhadores nas bases. “Nossa unidade e organização devem estar alinhados como um bom relógio para alcançarmos nossos objetivos ao final da jornada”, disse Edivaldo Santiago.