Dois pontos vivenciados hoje no Brasil provocam em mim certa inquietação, acompanhada por forte indignação. São eles o Brasil real e o Brasil fora da realidade. A realidade em nosso País atualmente escancara um drama de crise sanitária e as suas nefastas consequências com mais de 560 mil mortos vítimas da Covid-19, 15 milhões de desempregados, 19 milhões de famintos e descontrole inflacionário, com elevadas altas no custo de vida, onde se vê o retorno de pessoas cozinhando a lenha por não terem dinheiro para comprar o caro botijão de gás. Crescem a minha inquietação e a minha indignação ao testemunhar famílias indo para a situação de rua por falta de salário para pagar o aluguel e quando ouço dos setores patronais o fechamento de mais de 800 mil empresas.
Grandeza humanitária
Esta dura realidade tem de ganhar as nossas mentes e os nossos corações na tentativa de tornarmos mais humanas as nossas condutas e as nossas relações. O Brasil clama por gestos de grandeza humanitária e não de poderio político, partidário e até mesmo bélico; apresentações e demonstrações de força que, no presente, não contribuem em nada para a melhoria da vida dos brasileiros e das brasileiras.
Retrocesso
A saudável vida constitucional e democrática em nosso País exige respeito ao próximo como, por exemplo, com a adoção de políticas públicas que melhorem a vida das pessoas. É temeroso vivenciar uma Nação imaginária que deixa se sobrepor ao bem-estar da população, principalmente a mais carente, ao dar prioridades à questões políticas-partidárias, como a polêmica e desnecessária questão do voto impresso, diante de uma desenfreado retrocesso social, agravado pela pandemia.
Dignidade
A responsabilidade do Congresso Nacional em reverter este estado de coisas é ampla e decisiva. Aos senadores e a nós, deputados federais, foram conferidos os votos que deveriam significar mandatos voltados à promoção do bem comum. Este é o princípio da minha legislatura na Câmara Federal. O Brasil real pede saúde, com vacinação contra a Covid-19 em larga escala, empregos, comida, moradia; enfim clamamos por vida digna a homens e mulheres, crianças e adolescentes. Vivo o verdadeiro Brasil e sou consciente das suas carências. Sei em qual País atuo diariamente na minha vida pública e luto para torná-lo melhor. Ou seja, uma Nação que garanta dignidade ao seu povo e saiba eleger prioridades, sem inquietações e tampouco indignações!
Luiz Carlos Motta é presidente das Fecomerciários, da CNTC e Deputado Federal (PL/SP).
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