O caminho é produzir, distribuir e preservar

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País precisa brecar desmatamento e buscar o desenvolvimento sustentável. Biomas ameaçados precisam ser protegidos efetivamente, tornando-se solução em nossa busca por prosperidade.

Crescimento econômico com distribuição de renda e preservação ambiental. Em resumo, essa tem sido premissa do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa lançada pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) em 2006 e extremamente atual. A ideia básica é que não existe saída para melhorar as condições de vida da população e alcançar os avanços necessários no País se não houver expansão econômica. No entanto, esse esforço de nada servirá se os ganhos obtidos não beneficiarem a maioria ou se isso se der à custa da destruição do planeta ou uso predatório de seus recursos naturais.

Se no passado as preocupações com a natureza já foram consideradas um empecilho ao desenvolvimento, tal visão hoje está mais que ultrapassada. Pelo contrário, é esse conceito retrógrado e equivocado que pode trazer prejuízos à geração de riquezas. Nesse contexto, é emblemática a situação da Amazônia, que ameaça as exportações brasileiras com a deterioração da imagem dos produtores nacionais no exterior.

Em pauta permanente, objeto de várias polêmicas e até de rusgas diplomáticas, a falta de controle das queimadas na região parece não encontrar solução. Se em 2019 o assunto já havia causado escândalo, em julho último houve piora do cenário, com aumento de 28% nos incêndios na área brasileira da floresta. Os dados de agosto também não trazem melhoras. Só o Estado do Amazonas, uma das unidades federativas em que o bioma se faz presente, registrou 7 mil pontos de queimadas, o maior número em 22 anos, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Vale notar que, com menor repercussão internacional, também é calamitosa a situação no Pantanal, que em julho bateu recorde de incêndios.

Subindo ainda mais a temperatura, na semana passada o Ministério do Meio Ambiente anunciou em nota – para depois ser corrigido pela Vice-presidência da República – que as ações de combate ao desmatamento seriam interrompidas por falta de recursos. Se confirmada, tal situação seria completamente inaceitável, pois o que se precisa é seguir o caminho inverso. Já tardamos demais em reagir apropriadamente a essa questão, que exige solução efetiva urgente.

Não há justificativa para que se permita o avanço do desmatamento da Amazônia, região que, para além de sua importância ambiental gigantesca, pode propiciar, pela sua biodiversidade, alternativas limpas de geração de riqueza baseadas em pesquisa e desenvolvimento. Ou seja, junto com a natureza, podemos estar queimando soluções de desenvolvimento nacional.

É imperativo, pois, reverter esse quadro, ainda que o País viva atualmente acossado por uma pandemia que segue matando mil pessoas por dia em média e por uma crise econômica gravíssima. A obrigação se impõe inclusive como forma de busca pela prosperidade nacional em meio a tantas dificuldades. Ou seja, o desafio – complexo, porém factível – a alcançar é desenvolvimento sustentável com justiça social. Em outras palavras, seguir rumo ao avanço civilizatório.

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