Ontem foi o Dia da Indústria. A data é importante, mas temos pouco a comemorar.
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Em 1947, nossa indústria participava do Produto Interno Bruto com 11,3%. Em 1985, chegamos a 27,2%. Já em 2019, decaiu pra apenas 9,3% do PIB.
Esses dados são da Fiesp. Aliás, segundo a própria Fiesp, os países que conseguiram dobrar a renda per capita pra 20 mil dólares tinham em comum uma participação industrial no PIB da ordem de 20%.
No início do segundo governo Lula, o emprego industrial havia crescido bastante. Na metalurgia, saímos de 1.334.856 empregos pra 1.668.540.
Saldo de 333.684 postos de trabalho. Nos estaleiros, o País havia saltado de 5 mil pra 42,5 mil empregos.
Se voltarmos nas décadas, veremos ondas de crescimento na década de 80 e nos governos Juscelino e Getúlio. Com JK, tivemos a modernização industrial iniciada por Getúlio.
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Com a força da Revolução de 30, ele havia conseguido lançar as bases da indústria nacional.
A questão da indústria transcende a dimensão econômica. Indústria só se desenvolve com vontade política, comando político e parceria entre Estado, setor produtivo e sistema bancário. Sem vontade política, a indústria encolhe e o País perde emprego, massa salarial, mercado interno e soberania.
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Neste ponto, os trabalhadores do Sistema S fizeram um documento pra solicitar o fortalecimento da economia da indústria. Porém, o presidente da CNI se negou assinar em conjunto com os trabalhadores. Isso mostra que a representação dos empresários torce pelo fim da indústria, o que é uma situação lamentável.
Outro aspecto importante é a modernização tecnológica. Ao mesmo tempo em que precisa da tecnologia, a indústria ajuda a impulsionar o crescimento tecnológico e este, por sua vez, gera desenvolvimento nacional.
Guarulhos – Já fomos um enorme parque fabril. Mas, por várias razões, perdemos essa condição, quando temos tudo pra ser potência: o maior aeroporto do hemisfério Sul, Rodovias como a Dutra, Fernão Dias e Carvalho Pinto, mão de obra farta, galpões desocupados e ainda muitos terrenos.
Entra prefeito, sai prefeito, não há ações efetivas pró-indústria. Também vejo que eles se isolam, em vez de dialogar com entidades empresariais, de trabalhadores e órgãos como Sesi e Senai.
Roberto Simonsen, que fundou em 1928 o Centro das Indústrias (hoje, Ciesp) e idealizou o Sistema S, ensinou: “A indústria, por toda parte do mundo em que se instala, traz como corolário o aumento dos salários, o barateamento relativo dos produtos, o enriquecimento social e o aumento da capacidade de consumo.”
Suas palavras não perderam a atualidade. Viva a indústria. Viva o trabalhador industrial!
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