Com a pandemia da Covid-19, a renda do trabalho teve redução global de US$ 3,7 bilhões, o equivalente a 4,4% do PIB mundial. No Brasil, essa situação é pior graças à informalidade. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o setor mais atingido no País foi o de serviços, com redução de 20% das vagas informais.
Para o diretor-técnico do Dieese, Fausto Augusto Junior, a redução de renda, aumento de pobreza e avanço do desemprego são os principais fatores que contribuem para a estatística. O cenário de recuperação econômica piora quando a capacidade de consumo é reduzida.
Segundo Fausto, as promessas de que a retirada de direitos trabalhistas resultariam em redução da informalidade e mais empregos com Carteira assinada não se concretizaram. “Temos hoje uma somatória de duas grandes crises. Uma que advém da pandemia. Outra do ponto de vista da seguridade do trabalho”, explica o diretor do Dieese.
De acordo com o IBGE, um terço das pessoas com idade entre 18 e 24 anos estão desempregadas. Esse é o resultado da ampliação das desigualdades que dominam o Brasil desde a reforma Trabalhista (EC 103), do governo Temer.
“Quando há uma quantidade grande de jovens que sequer conseguem ocupação, temos um desperdício de talento e de potencial. Além de estar desempregado, o tempo médio fora do mercado é muito longo, de mais de dois anos”, afirma Fausto. Ele conta que para reverter essa situação, é preciso pensar em políticas de qualificação que melhorem a inserção dos jovens no mercado.
MAIS – Acesse o site do Dieese.