A Agência Sindical conversou com um dirigente metalúrgico. O nome dele é Antonio. Ele integra a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região (Força Sindical).
A origem da conversa foram duas ações na base, segunda, dia 7. Uma, de sindicalização, em fábrica com 32 empregados. Outra, sobre novo acordo de Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR), numa empresa com 80 trabalhadores. O DIÁLOGO:
– Meu caro, e como foi a sindicalização na primeira empresa? Ele: – Foi baixa. Mas nós vamos voltar em breve e levar material de sindicalização.
– E a negociação na outra, na maior? Ele: – Foi boa. Assembleia aprovou por unanimidade, com aumento real, porque o reajuste será de 8.4%. E vamos discutir mais pra frente o vale-alimentação.
– Me diga uma coisa: a rotatividade caiu? Ele: – Eu sinto que deu uma esfriada.
– E as contratações? Ele: – Tem firma pegando. Aqui mesmo contrataram mais três.
– Mas o que você escuta por aí? O pessoal fala de corte ou de contratação? Ele: – Escuto falar que já estão pegando ou vão contratar logo mais.
– Os patrões ainda tão chorando muito? Ele: – Choradeira sempre tem. Mas eles estão mais animados. Essa reforma aí do Haddad animou muito os empresários (reforma tributária).
Aliás, escutei hoje numa fábrica muitos elogios ao Haddad.
– Peraí. Os patrões não reclamam do juro alto? Ele: – Muitos reclamam e também pedem que o corte não fique só nesse 0,5%.
– E aquele bolsonarismo que existia no chão de fábrica ainda é forte? Ele: – Rapaz, sumiu. É um ou outro que ainda fala. Mas do Bolsonaro ninguém quer saber mais.
– Me diga uma coisa: o que o pessoal tá falando do custo de vida? Ele: – Olha, não tenho ouvido mais reclamação, até porque muitos produtos baixaram de preço.
– Ah, é, como assim? Ele: – Eu mesmo comprei picanha boa pelo preço que pagava na costela há quatro anos. O contrafilé, também de boa qualidade, caiu bem. A gente encontra o quilo por R$ 30,00 ou até mesmo R$ 26,00.
– Me fale aí da picanha. Ele: – Já comprei picanha de primeira a R$ 50,00. Na época do Bolsonaro o quilo custava R$ 120,00. Aquele disparate não tem mais.
Ou seja, picanha a preço de costela. A gasolina, diz Antonio, teve tempo era quase R$ 9,00 o litro. “Hoje custa entre R$ 5,18 e R$ 5,20 – tem a R$ 4,80, mas o posto não é confiável”, conta.
Repórter João Franzin