Totalmente contrário do que determina a Lei 13.982/2020, que criou o Auxílio Emergencial, a Caixa Econômica Federal anunciou hoje (21) que vai bloquear a transferência dos R$ 600,00 das poupanças digitais para outras contas por meio de DOC ou TED.
De acordo com o presidente da estatal, Pedro Guimarães, essa medida foi adotada porque os beneficiários estavam transferindo o dinheiro para outras pessoas e, dessa forma, driblando o calendário de saques estipulado pela Caixa.
Pagamentos – Nesta semana foi iniciado o pagamento da segunda parcela do Auxílio. No dia 18, beneficiários do programa Bolsa Família foram contemplados. Os demais trabalhadores começaram a receber na quarta (20). Mas o segundo depósito foi feito apenas para quem recebeu a primeira parcela até o dia 30 de abril.
Até o início da semana, cerca de 8 milhões de brasileiros ainda aguardavam os depósitos dos primeiros R$ 600,00, atrasados há mais de um mês.
Extensão – A partir de diversos problemas envolvendo o Abono, como a grande demora na liberação do cadastro, os atrasos gigantescos nos depósitos e a exclusão de diversos profissionais da lista dos que têm direito, o movimento sindical reforça a luta pela extensão do pagamento até dezembro, que é quando se encerra o estado de calamidade decretado pelo governo.
O economista Rodolfo Viana, responsável pela subseção do Dieese no Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos, conta que o principal problema do Auxílio é o tempo. “O governo aprovou para três meses, mas isso não é suficiente para as pessoas atravessarem com alguma dignidade nesse momento turbulento”, diz.
“É fundamental os trabalhadores se organizarem com os Sindicatos, cobrarem os deputados, para que a gente aumente o benefício, principalmente no número de parcelas. É preciso que seja pago até dezembro, no mínimo”, conclui Rodolfo.