A alta no custo de vida, a carestia e o arrocho salarial podem ser facilmente explicados com os resultados do último levantamento do Boletim Desigualdade nas Metrópoles, produzido pela PUC-RS, Observatório das Metrópoles e Rede de Observatórios da Dívida Social na América Latina, com dados da Pnad-Contínua, do IBGE. Isso porque a renda média dos brasileiros no último trimestre de 2021 ficou em R$ 1.378,00.

De acordo com o levantamento, a queda no rendimento médio dos brasileiros foi puxada pelo tombo dos ganhos dos mais pobres e dependentes do trabalho informal, combinados com a alta da inflação. Nas regiões metropolitanas, essa é a segunda queda seguida na renda per capita. Além disso, R$ 1.378,00 mensais é o pior resultado em 10 anos.

No último trimestre de 2020, a renda média dos brasileiros era de R$ 1.412,60. Cresceu para R$ 1.413,26 no primeiro trimestre do ano passado, para R$ 1.420,33 no segundo, até cair para R$ 1.395,85 entre julho e setembro de 2021. No último trimestre do ano, chegou ao seu pior resultado desde 2012.

Indicadores – Essa renda média é calculada a partir da soma de todos os rendimentos provenientes do trabalho, incluindo os informais, dividido pelo número de moradores por domicílio.

Segundo André Salata, pesquisador da PUC-RS e coordenador do estudo, esses resultados preocupam. “Estamos chegando a um nível de desigualdade que é similar ao anterior à pandemia. Mas numa sociedade mais empobrecida, com renda média bem mais baixa. Está todo mundo mais pobre”, afirma André.

Carestia – A alta no custo de vida tem preocupado as famílias brasileiras, principalmente as de baixa renda. O economista do Dieese, Rodolfo Viana, resume: “Em 2019, itens básicos de consumo, como a cesta básica, a gasolina e o gás de cozinha, consumiam um pouco menos de 75% do salário mínimo vigente na época. Agora, esses mesmos produtos custam mais de 95% do salário mínimo vigente”.

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